quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Resumão - 1º Debate dos presidenciáveis

Esqueçam os principais jornais e noticiários do país. Se você quer mesmo ficar informado em como foi o debate do primeiro turno na Band, aqui é o local certo. Informação séria, imparcial e completa. Confira a resenha na íntegra do nosso repórter infiltrado na sala do meu apartamento para cobrir o evento.
O evento foi nos estúdios da Rede Bandeirantes com mediação do ex-palhaço Carequinha, Ricardo Boechat. Os presentes no debate foram Aécio Neves, candidato do Alto Leblon, a atual PresidANTA Dilma, Marina Silva, candidata temporária do PSB, pastor Everaldo, candidato patrocinado pelo Lufthal, Luciana Genro, que fez alguma bobagem e ficou de castigo no canto o tempo todo, Levy Fidelix, representante do condado dos Hobbits e Eduardo Jorge que foi contemplado com o direito de participar do certame ao encontrar na raspadinha três Bob Marley com faixa presidencial.
No primeiro bloco, todos os participantes tiveram de falar quais as suas soluções para o problema da violência. O mediador enfatizou a necessidade de pontuar sobre as facções criminosas. Pela ordem, tivemos os seguintes desempenhos:
Pastor Everaldo: Preocupado com o povo brasileiro que fica preso em casa e o bandido solto, sugeriu inverter este quadro. Torcerei para que o bandido que ficar preso na minha casa cuide bem dos meus gatos. Ainda em sua fala, ele prometeu a criação do Ministério da Segurança Pública, mas depois se tocou que esse ministério não é igreja e abortou a ideia.
Luciana Genro: Gastou boa parte do tempo se apresentando, mas acabou parecendo mãe chata em reunião de colégio. Ao fim, disse que a solução para a violência é a combinação polícia e investimento. “Os Black Blocs têm de investir contra a polícia, nossos militantes têm de investir contra a polícia. Chega de tomar dura pacificamente no Coqueirão em Ipanema.”
Marina Silva: Iniciou sua fala alertando que 52 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil. O restante não foi bem compreendido porque sua voz em um timbre muito alto provocou uma sequência de uivos dos cachorros da vizinhança.
Aécio Neves: Afirmou que precisa fazer uma política nacional de segurança com foco nas polícias. Disse que vai investir na carreira, traçar e delinear as carreiras e, se necessário, meter o próprio nariz nas carreiras até que fique tudo limpo.
PresidANTA Dilma: Disse que o problema da segurança é fácil de ser resolvido e usou a Copa do Mundo como exemplo. Para tal, vai repetir o modelo empregado de sucesso, colocando voluntários da FIFA na rua, chamando os argentinos de volta e criando feriados em todas as semanas.
Levy Fidelix: Falou bastante, mas como a sua assessora não tinha levado ainda o banquinho, ele ficou escondido atrás de sua bancada. Para piorar, houve a distração do candidato Eduardo Jorge passando ao fundo diversas vezes tentando pegar o elefante rosa voador.
Eduardo Jorge: Iniciou sua fala lembrando que é médico, depois sugeriu a convocação de pessoas em cargos estratégicos no seu governo. Sendo eleito, terá uma equipe formada pelo Chapeleiro Louco, Salsicha, Lindsay Lohan, Malu Magalhães e uma tropa de Oompa Loompa.
No segundo bloco, cada candidato escolhe um adversário para fazer uma pergunta. A ordem dos candidatos foi estabelecida em um sorteio feito nos bastidores auditado pelo Eurico Miranda e Edir Macedo.
Quem abriu a rodada foi a candidata Marina que direcionou sua pergunta à presidANTA Dilma. Ela lembrou o período dos protestos no ano passado, as promessas feitas por ela para acalmar a insatisfação do povo e afirmou que nada foi cumprido. A oponente retrucou dizendo que isso não era verdade. Ela ponderou que muitas ações para atender às reinvindicações foram concretizadas, como a criação da pasta de Paçoquita para competir com a Nutella, a aprovação da lei que autoriza colocar sabores nos cremes fixadores de dentaduras (sabor Cremogema por exemplo) e implantação de garrafas pets com sacos plásticos em toda orla do Canal Marapendi para auxiliar quem passeia com seu cão.
A segunda pessoa a perguntar foi a própria presidANTA Dilma que, se direcionando ao candidato Aécio Neves, lembrou que o governo atual possui o mais baixo índice de desemprego, diferentemente do governo de Fernando Henrique. Aécio disse que vai estender para o governo federal o trabalho que fez no governo de Minas Gerais. Ele lembrou que, dentre várias ações, facilitou a contratação do jogador Ronaldinho Gaúcho para o Atlético Mineiro, contratação que gerou diretamente diversos empregos como prostitutas, garçons de bacanais e anões figurativos de festas.
Pastor Everaldo, o terceiro da lista, perguntou à presidANTA Dilma se era justo gastar o dinheiro do povo brasileiro, pago com suor e sangue, construindo um porto em Cuba, país que adota a ditadura. Ela rebateu dizendo não ter motivos para se envergonhar de tal belo projeto que trará diversos benefícios para os brasileiros, como por exemplo, será mais fácil para os cubanos se esconderem no porão dos navios para entrarem ilegalmente em Miami. Assim, os brasileiros passarão a ser atendido por cubamos agradecidos nas lojas dos outlets da cidade de Miami.
Adiante, seguindo a ordem, o mediador deu a palavra ao candidato Eduardo Jorge que falou: “Bem, meu amigo oculto é um cara muito legal. Ele é candidato à presidência do Brasil e possui planos interessantes para fazer leis de diversas coisas aí. Seu sobrenome é nome de papel higiênico.” Aécio se acusou acertadamente como o amigo-oculto. Eles se abraçaram, Aécio agradeceu e abriu o presente, era um par de sandálias Havaiana com a figura de Ganesha estampada.
O quinto a perguntar foi o candidato Aécio Neves, que se direcionando à candidata Mariana, questionou sobre sua confusa filosofia de campanha a qual em certos momentos nega que fará parcerias com alguns políticos, depois pede ajuda aos mesmo certos políticos. Marina teve sua oratória prejudica por erros graves como “perda”, “ou seje”, “rezistro” e Framengo”. Infelizmente, para seu azar, nenhum desses momentos foi abafado por alguma flatulência do Pastor Everaldo.
Em seguida, foi a vez do candidato Levy que escolheu a mesma candidata Marina para ser bombardeada (palavras dele). O candidato lembrou que Marina possui amizades suspeitas que podem comprometer a lisura de seu governo, dentre elas, Meca, herdeira do grupo Itau, Renato Aragão, conhecido por ser arrogante com as pessoas, Dado Dolabella, famoso por agredir mulheres, e Alzira, dona da lanchonete do Largo do Bicão que constantemente é multada por falta de higiene. Marina argumenta que não podemos julgar uma pessoa por ser herdeira de um banco. Diz que Renato Aragão não é arrogante, apenas é formado em direito. Alega que Dado Dolabella não agride mulheres, apenas que é desastrado e discute gesticulando muito. Por fim, que Alzira não é relaxada com a higiene, apenas exerce à risca o treinamento gastronômico que recebeu na pastelaria do Mr.Ming.
Encerrando a rodada, o mediador dá a palavra à candidata Luciana Genro: “Boechat, ninguém vai me fazer pergunta?”. Ele fala: “Candidata, isso não depende de mim e você acaba de desperdiçar a sua pergunta.”.
No terceiro bloco, jornalistas do Grupo Bandeirantes fazem perguntas para os candidatos e escolhem outros candidatos para a réplica. Entre os jornalistas estão o ator que fazia a vovó Mafalda, Bóris Casoy, o editor José Paulo de Andrade que notadamente foi chamado em cima da hora, pois vestia um terno desenhado para o Datena, e Fabio Pannunzio que por anos interpretou o pai de Ross em Friends.
Pergunta 1: Comentando que a economia está passando por uma fase turbulenta, Bóris pergunta à presidANTA Dilma se pretende manter a política econômica. Ela responde que não é verdade que a economia esteja ruim e compara que na época do império eram necessárias 38 vacas para comprar um escravo, enquanto que hoje, por muito menos é possível importar um cubano capaz de prescrever Tylenol e Buscopan durante vários plantões de 24 horas. Como escolhido para replicar, o candidato Aécio diz ser um absurdo essa comparação tão distante. Ainda rechaça dizendo que se for para comparar, que se compare com o governo Fernando Henrique, homem que compõe o seleto grupo de bastiões da história desse país junto de Caetano Veloso, Chacrinha, Narcisa Tamborindeguy, Silvio Santos e o Power Ranger verde.
Pergunta 2: José Paulo é direto ao questionar se Marina tem o perfil de gerente que ela tanto questionou dos outros governos. Ela responde que acima disso, é necessário enxergar que o atual país está muito pior do que estava quando entregue à atual presidANTA Dilma que se dizia uma gerente. Marina ainda afirma que quem assumir agora, vai pegar um país em péssimas condições, com lâmpadas queimadas, louça empilhada na pia, roupa com poeira no varal, privadas entupidas e cinco cunhados hospedados no quarto dos fundos. A própria presidANTA Dilma, escolhida pelo jornalista para a réplica, retruca dizendo que a candidata Marina não tem a menor ideia de como é administrar algo de tamanhas proporções, e que se quisesse se aventurar que podia tentar à vontade e depois jogou um pano de flanela na cara dela.
Pergunta 3: Fabio Pannunzio diz que atualmente a máquina pública possui mais de 20.000 cargos de confiança e pergunta ao candidato Aécio o que ele vai fazer com todos esses cargos caso eleito. O candidato responde que essa quantidade absurda de cargos de confiança é uma consequência do atual governo composto por companheiros. No dele, que será um governo enxuto, de “cumpádi”, “parceiro”, “brother” e “mermão”, não serão necessários tantos cargos de confiança porque a rapaziada é pequena, tanto que mal consegue formar duas “de fora” no futevôlei lá na praia do Leblon. A candidata Marina, convocada para replicar, diz achar pouco provável que ele precisará apenas desses cargos e menciona que existe mais gente que ele se esqueceu de contar. Ao final, ela dá uma coçadinha no nariz. Nós ingenuamente acreditamos que ela se referia à equipe que fez a cirurgia plástica no nariz do candidato.
Pergunta 4: Bóris pergunta ao candidato Pastor Everaldo se ele pretende manter ou acabar com o fator previdenciário. O Pastor afirma que fará de tudo para preservar o povo brasileiro que tanto dá o suor e sangue para sobreviver, para isto, acabará com o fator previdenciário, com o fator do protetor solar, a fatoração na quarta série do ensino fundamental, os fatores abióticos e fatores da perda de peso. Novamente escolhida para replicar, a candidata Marina alerta para o risco de acabar com o fator do protetor solar, pois ela mesma, quando adolescente, foi relapsa renegando o uso destes produtos e hoje tem aquela aparência mesmo com apenas 22 anos de idade.
Pergunta 5: O jornalista José Paulo pergunta para a candidata Luciana Genro a sua posição sobre o problema indígena. A candidata diz que esse é um problema sério, pois os índios são tão brasileiros quanto os brasileiros (?) e que merecem ter seu terreno demarcado. Ela vai além, dizendo que não somente isso é suficiente. Luciana afirma que é necessário legalizar o cachimbo da paz e da plantação da erva do cachimbo da paz, dar acesso aos índios a internet de banda larga, tv por assinatura e a Rádio Cidade, além do projeto de lei do seu companheiro Jean Willys que obriga que a cada 10 índios, 2 sejam homossexuais. Escalada para a réplica, a presidANTA Dilma afirma que já faz muito pelo problema de demarcação dos territórios indígenas e que inclusive, sob sua orientação, após invadir uma fazenda, todos os integrantes do MST tiram as roupas, pintam a pele e se declaram da tribo Cash Flow Two.
Pergunta 6: Fabio Pannunzio pergunta ao candidato Eduardo Jorge se ele terá problemas com dinheiro sujo em sua campanha como outros candidatos tiveram em outras eleições. O candidato afirma que esse tipo de problema não lhe assusta, pois sua campanha é toda financiada por verbas declaradas. Ele cita como exemplo doações feitas com dinheiro dos trotes dos calouros dos cursos de humanas da PUC, dinheiro obtido com a venda de adesivos de LSD na porta de escolas pública, dinheiro arrecadado por militantes malabaristas nos sinais espalhados pelo país e dinheiro acumulado com a venda de pulseirinhas, brincos e colares artesanais na feirinha de Ipanema. Aécio que foi chamado para replicar diz que a proposta do concorrente é uma proposta válida, mas que possivelmente não arrecadará tanta verba quanto necessária, mas de qualquer forma pediu o contato do pessoal dos adesivos.
Pergunta 7: Encerrando o bloco, Bóris pergunta ao candidato Levy sobre o Banco Central. Ele responde que esse é um assunto que sequer deve ser colocado em mesa, pois considera imprescindível manter aquela agência bancária na Estação Central do Metrô para atender à população que já sofre usando aquele péssimo serviço de transporte. Eduardo Jorge, o escolhido para replicar, diz que o Banco Central precisa ser fechado, já que nunca trouxe benefícios para a população. Em seu lugar devem criar um banco que proporcione mais opções de ganhos, como por exemplo um modelo que o levou diversas vezes ao êxito financeiro, o Banco Imobiliário.
No quarto bloco, volta a rodada de perguntas diretas entre os candidatos. Mais uma vez a ordem foi sorteada nos bastidores, desta vez auditada pelo Paulo Malluf e Jose Roberto Wright.
Abrindo o bloco, o candidato Levy pergunta ao candidato Aécio quais seus planos para o problema do transporte público coletivo. Aécio diz ser incapaz de opinar sobre o assunto porque desconhece os problemas da população e acrescenta que o mais perto que chega disso é andando de Mercedes, mas um modelo diferente do usado pelo proletariado. O bigode do candidato Levy se mexe, mas não sabemos se foi porque ele sorriu, deu língua ou é o rabo de uma ave ainda viva presa em sua boca.
Em seguida, o próprio candidato Aécio que deve fazer sua pergunta. Ele toca no assunto das fraudes e escândalos na Petrobrás, para depois pedir uma posição da presidANTA Dilma. Alegando que Aécio talvez seja incapaz de interpretar cenários, a presidANTA lembra que somente uma empresa muito bem sucedida pode se dar ao luxo de desviar milhões em uma compra superfaturada. Ela ainda recorda os diretores com astronômicos enriquecimentos de seus patrimônios e enfatizando que se isso não é sinal de uma empresa bem gerida, ela então não prestou atenção nas aulas de gerenciamento dadas pelo José Dirceu.
O terceiro a perguntar é o candidato Eduardo Jorge que fazia origamis com o script traçado por seu assessor. Até aquele momento ele tinha feito cinco canudinhos, oito tubinhos, dois caninhos e três charutinhos. Quando convocado pelo mediador para fazer sua pergunta, ele inicia um discurso incompreensível sobre fazer ressonância em alguma coisa que vai sair magrinha como a Marina, depois pegar a espada de sei lá mais quem e cortar algum labirinto qualquer. Constrangida, a candidata Marina coloca seus óculos de Jacques Leclair e ensina a receita para fazer ambrosia.
Após convocada pelo mediador para ser a próxima, a candidata Luciana Genro inicia: “Candidata Marina, você diz muito sobre uma nova política, mas sabemos bem que sua equipe econômica é fundamentalmente a mesma do PSDB do governo Fernando Henrique. Uma equipe que defende os tripés clássicos da macroeconomia, como a manutenção de altos índices de juros como recursos para controlar a inflação e os ganhos do bancos. Exposto isso, eu lhe pergunto, você é favorável à maconha?”. A candidata Marina então, sem alterar sua expressão de árvore de praça abandonada, tira os óculos, encara a candidata Luciana e dispara: “Depois não sabem por que ninguém te dá atenção.”.
A próxima a perguntar é a presidANTA Dilma que escolhe o candidato Pastor Everaldo. Ela discursa falando da necessidade que o país terá nos próximos anos de energia caso queira alcançar o crescimento satisfatório, para então perguntar a ele sobre as fontes. O pastor diz que a fonte que mais usa é a do seu Iphone por ser compatível com o Ipad e o Ipod. Para casos de emergências, ele comenta que usa como fonte um no break que comprou na Casa & Vídeo. Por fim, ele complementa que no que se refere à fonte de energia para o povo poder dar o seu suor e sangue, ele recomenda uma barrinha de cereal.
A ordem agora é invertida, o Pastor Everaldo, em sua vez, escolhe a presidANTA Dilma para perguntar. Ele afirma que para a enorme carga tributária atual, os serviços não são compatíveis. Ao final da pergunta, o pastor ainda dá um jeito de falar sangue e suor. Em resposta, ela diz que ele está desinformado ao caracterizar os serviços em um nível abaixo. A presidANTA Dilma lembrar das confortáveis poltronas dos cinemas Kinoplex, dos excelentes quartos do Hotel Fasano, da deliciosa comida do Miam Miam e do polo de comércio da Rua Garcia D’Ávila.
Finalizando, Marina Silva, a última a perguntar, escolhe o Pastor Everaldo. Ela lembra que ele em seu projeto de campanha defende o Estado Mínimo e, portanto, tem interesse em saber mais detalhes deste conceito por ele tanto falado. Ele diz que vai espremer a máquina pública ao máximo para tirar seu suor e cortar na carne para obter o sangue, pois assim poupará o sangue e suor do povo, já que sabemos que sangue e suor não são coisas boas e, principalmente quando misturados, formam uma gosma salgada nojenta que nem Vanish tira.
No quinto bloco, a turba de repórteres que simboliza a imprensa brasileira representada pela obscena quantidade de três jornalistas da casa está de volta. As regras permanecem as mesmas. Repórter escolhe um candidato para responder sua pergunta e outro para replicar a resposta dada.
Pergunta 1: Jornalista José Paulo inicia o bloco perguntando ao candidato Aécio a sua opinião sobre a proposta da presidANTA Dilma de fazer um plebiscito para algumas decisões que são cabíveis ao parlamento. O candidato se diz muito preocupado com essa medida, que inclusive considera retrógrada, amadora e infantil. Ele enfatiza que é totalmente contrário e irá até as últimas consequências para evitar que isso aconteça, nem que tenha de fazer um abaixo-assinado. A presidANTA Dilma escolhida para replicar lamenta muito a decisão do candidato Aécio e diz que se necessário, para anular a ação do seu abaixo-assinado, convocará seus Pokemóns especiais.
Pergunta 2: Bóris lembra a fama de ambientalista radical da candidata Marina que em certos momentos prejudicou o desenvolvimento econômico do país. Ele pergunta então qual a resposta que ela tem para essas críticas. A candidata reforça que possui princípios e que eles servem tanto para defender o meio-ambiente, mas também para decisões difíceis, dentre as difíceis listadas por ela estão a licença da BR-163, a licença de Santo Antônio Girau, a licença do São Francisco e as canonizações de Irmã Dulce e “Padinho Ciço”. Convidado a retrucar, o candidato Aécio diz que nem tudo são flores no currículo de Marina e lembra do episódio de quando retirou as queixas contra o Serguei por fazer sexo com legumes, hortaliças e um pé de arruda.
Pergunta 3: O jornalista Fabio Pannunzio diz que tem visto com os próprios olhos e que seu cunhado cego visto com suas próprias mãos os resultados do programa Mais Médicos, ele pondera que uma de suas preocupações é o fato de profissionais com a mesma função possuem remunerações diferentes, caso dos médicos brasileiros e médicos cubanos. Ele pergunta então para a presidANTA Dilma se isso é ético. A resposta vem de imediato: “Claro que é! As diferenças são estipuladas de acordo com a formação do profissional. Não é aceitável quem um profissional formado em uma renomada universidade em Havana, que é uma universidade referenciada pelo nosso líder Luis Inácio Lula da Silva e também uma universidade com total confiabilidade do mestre máximo Fidel Castro, ganhe o mesmo salário que um profissional formado em uma universidade Estácio de Sá aos fundos de uma lanchonete do Mc Donalds.”. A candidata Mariana que foi chamada para replicar diz que isso é um absurdo e que o país precisa de mais médicos brasileiros. Ela complementa dizendo que em seu governo implantará um programa que diminuirá o desemprego e ao mesmo tempo aumentará a quantidade de doutores. O programa se chamará Mais Flanelinhas, pois quanto mais flanelinhas nas ruas, mais pessoas chamadas de “Dotô”.
Pergunta 4: A relíquia do jornalismo brasileiro, José Paulo, escolhe o candidato Pastor Everaldo. Ele cita os programas assistencialistas e o medo dos candidatos de oposição em anunciar que vão cortá-los e assim perder muitos votos, o que os levam a prometer coisas estapafúrdias que jamais serão cumpridas. Dito isto, ou como sempre fala a presidANTA, assim sendo, ele pergunta a opinião do candidato. O pastor então é enfático ao dizer que essa forma de pensar é pequena e não se encaixa no seu programa. Ele afirma que vai cortar os programas de assistencialismo sem medo de perder votos porque possui propostas sérias e estruturadas para a população que tanto dá o sangue e o suor. O candidato cita várias das suas propostas, como acabar com os impostos para quem ganhe menos que 5 mil, o projeto de fones Bomber para todos que gostam de ouvir música enquanto andam de ônibus/trem/metrô, garantia de lugar ao céu para todos, o direito a um couvert do La Mole por semana e distribuição gratuita de lenços e Band-Aids para contenção de suor e lágrimas. O candidato Aécio escolhido para a réplica fica estático sorrindo sem parar. Não sabemos se estava tentando disfarçar uma crise de riso por conta da resposta que ouviu, ou apenas a dentadura caiu em uma posição ruim de ajeitar.
Pergunta 5: A pergunta é direcionada por Bóris Casoy para o candidato Eduardo Jorge. O jornalista enfatiza o quanto é importante o assunto de sua pergunta que fala sobre o partido da presidANTA que declaradamente possui a intenção de instalar a censura de imprensa no país. Com isso, ele pergunta para o candidato se ele é favorável à censura de imprensa. Eduardo Jorge que até então estava olhando para as lâmpadas, abaixa a cabeça na direção da câmera e responde: “Não!”. O mediador então intervém: “Candidato, o senhor ainda tem mais tempo!”. E o candidato responde: “Não, não precisa. Era só isso mesmo!”. Passada a palavra para a presdiANTA Dilma que foi escolhida para replicar, ela faz uma piada dizendo que queria mais tempo e depois abre um largo sorriso para a plateia. Com a cena, diversos espectadores arrancam os próprios olhos.
Pergunta 6: Fabio Pannunzio, após anunciar que a bola da vez é a candidata Luciana Genro, fala sobre o estado laico e o ensino do criacionismo nas escolas para depois perguntar sua opinião. Ela diz ser totalmente contra, pois existem outras prioridades no ensino. A candidata considera ser inadmissível que uma criança complete o primeiro segmento do ensino fundamental sem saber diferenciar maconha, de haxixe, de skank, de crack e do programa da Regina Casé. Ela diz ser uma vergonha a merenda das escolas não possuir uma dieta apropriada para o aprendizado, e cita a falta de bolinhos de maconha. Recorda ainda que pretende investir em escolas técnicas profissionalizantes, principalmente no ofício de montar um baseado. A candidata Marina escolhida para réplica diz que a candidata está viajando na maionese, pirou na batatinha, perdeu a linha, só pode estar de caô com a cara dela e que só não manda uma ideia maneira para ela porque esse negócio de tempo curto é a maior caretice.
Pergunta 7: Os protestos do ano passado são lembrados novamente, desta vez por José Paulo que pergunta ao candidato Levy, dentre as promessas não cumpridas naquela época, sobre a questão penal e a violência. O candidato diz que o povo está assustado porque a cada dia que passa morrem mais pessoas. Ele reintera que está morrendo gente que nunca morreu antes. Para ele, a culpa é falta de investimento na polícia e que uma das soluções está na privatização dos presídios que estão superlotados. Escolhida para replicar, a candidata Luciana afirma que a leitura feita pelo candidato Levy está equivocada. A solução é legalizar a maconha, pois assim o tráfico vai perder uma de suas fontes de renda. Legalizar o estupro, o assalto e proibir o uso de camisas de futebol na rua, segundo ela, também ajudarão a reduzir os índices de violência. Outro argumento dela é que com a implantação do Vale-Maconha, a população ficará mais tranquila, fator que ajudará a diminuir as manifestações. Por fim, a candidata fala que se soltassem todos os presos, não teríamos superlotações nos presídios.
Encerradas as perguntas dos jornalistas, o mediador pede a palavra final de cada candidato, pois o debate está chegando ao fim. Pela ordem estipulada em um sorteio feito na ausência de todos e anotada em um guardanapo, os encerramentos foram respectivamente:
Marina Silva: Ela agradece pela oportunidade e lembra a todos pelos momentos difíceis que vem passando. Recorda a negativa para o registro de seu novo partido, comenta sobre a morte de seu candidato Eduardo Campos e encerra apelando ao falar que é vascaína.
PresidANTA Dilma: Ela agradece aos candidatos pelo alto nível dos argumentos e lembra que seu governo tem como proposta lidar com a centralização dos problemas. Isto é, não importa se é saúde, educação, economia ou condições sociais, todos os problemas ficarão centralizados no meio do rabo da população.
Aécio Neves: Ele diz que é preciso enaltecer o fato de ter sido um debate limpo, com ideias claras como pó de mármore. Ao final, ele dá a notícia bombástica de que se for eleito chamará para ser seu homem de confiança o ator Charlie Sheen.
Luciana Genro: Ela diz estar sensibilizada pelo total de cinco minutos que obteve em todo programa que é equivalente a 10 vezes mais o que tem direito quando conversa com o marido. Depois lamenta que os candidatos desperdiçaram o tempo com assuntos irrelevantes como economia, segurança, saúde e educação, quando existem outras prioridades como a maconha, a substituição do nome de Tocantins para Peter Tosh e os chiliques do companheiro Jean Wilys no Twitter.
Levy Fidelix: Ele lamenta o horário avançado, para então agradecer aos que estão acordados assistindo e agradecer aos que estão dormindo também. Ratifica o excelente potencial de argumentação dos candidatos e reforça que a disputa foi feita de forma correta, sem que ninguém fugisse dos assuntos.
Eduardo Jorge: Ele enfatiza que diferentemente do que Luciana Genro disse, ele é a favor do “paz e amor”. Eduardo Jorge cita John Lennon, Gandhi, Tolstoi, profeta Gentileza, Patati & Patata, técnico Cuca e Celso Portioli. O candidato pede para que todos tenham a certeza que seu partido, o PV, é um partido com princípios imutáveis, idênticos aos princípios do PV da Alemanha, do PV da França, do PV da Nova Zelândia e do original de todos, o PV de Saturno. Ao final, ele saiu acompanhado pela equipe do antidoping.
Encerradas as palavras finais, o mediador agradece pela presença de todos e grita para câmera: “Chupa, Globo! Chupa, Bonner! Me lambe, Rachel Scheherazade!”.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Amargura por Extenso

Delírios divinos
Não sei se vocês também, mas eu tenho inveja de muita coisa por aí. Só que uma inveja boa, nada de inveja rancorosa desejando o mal a alguém. Apenas sinto inveja por não ter escrito aquele trecho de livro que achei genial, não ter bolado um roteiro de filme que virei fã, até mesmo de letra de música já senti inveja por não ser o responsável. Uma das coisas que encabeça essa minha constrangedora lista de coisas que invejo está uma piada com a cena dos três reis magos no nascimento do menino Jesus.
Resumindo, a cena original é o menino Jesus na manjedoura acompanhado por Maria e José até que os três reis magos entram com presentes. Cada presente possui um simbolismo. O ouro é para indicar a realeza, o incenso se refere à fé e a mirra remete à futura morte do messias. Na piada, tem-se exatamente as mesmas coisas, só o diálogo que muda com a absurda possibilidade de um dos reis ficar constrangido. Algo mais ou menos assim:
Belchior: Eu trouxe incenso.
Gaspar: Eu trouxe mirra.
Baltazar: Eu trouxe ouro.
Belchior: Ouro? Mas não tínhamos combinado de trazer apenas uma lembrancinha? E agora você me aparece com ouro enquanto dei um saquinho de incenso? Ah não, vou lá fora comprar algo melhor.
Semana passada, conversando com um professor sobre assuntos aleatórios, a cena dos reis magos voltou à minha cabeça sabe-se lá por qual motivo. Foi inevitável sugerir outra situação para o caso, depois outra, seguida de mais uma e assim sucessivamente. Vocês sabem como é cabeça de pessoa hiperativa sem acompanhamento profissional, não sabem? Mesmo com a certeza que jamais irei superar a minha cena favorita, optei ainda assim por transcrevê-las. O mote é o mesmo, a entrada dos três reis magos para entregar os presentes, com a diferença que o messias supostamente nasceu no século XXI. A proposta é criar o absurdo exatamente com a falta de bom senso das pessoas ou com situações corriqueiras que passamos em eventos deste tipo:
Cena 1 (praticidade)
Belchior: Eu trouxe incenso.
Gaspar: Eu trouxe mirra.
Baltazar: Eu trouxe um vale-presente da Saraiva. Só presta atenção que é válido até o final de fevereiro, tá?
Cena 2 (a cara-de-pau dos nossos dias nos dai hoje)
Belchior: Eu trouxe incenso.
Gaspar: Eu trouxe mirra.
Baltazar: Vocês se incomodam em me dar a senha do wi-fi?
Cena 3 (cara-de-pau II)
Belchior: Eu trouxe incenso.
Gaspar: Eu trouxe mirra.
Baltazar: Eu trouxe a minha Gopro. Vamos juntar todo mundo e tirar uma foto aqui. José, puxa aquela vaca malhada para sair na foto também.
Cena 4 (tradição nos escritórios)
Belchior: O pessoal fez uma vaquinha para comprar um presente melhor, tá? Está aqui. Esperamos que goste.
Gaspar: E aqui o cartão com a assinatura de todos que participaram.
Baltazar: Isso! Meu nome não está aí porque não deu tempo de assinar. Belchior, segunda eu deposito na sua conta, tá bom?
Cena 5 (cada um traz uma caixa que eu levo a carne)
Belchior: Eu trouxe uma caixa de Itaipava.
Gaspar: Eu trouxe uma caixa de Cerpa.
Baltazar: Ah, qual é, galera! Eu comprei Stella à toa?
Cena 6 (brinquedo é sempre a melhor opção)
Belchior: Eu trouxe o boneco do Tyrone dos Backyardigans.
Gaspar: Eu trouxe o DVD da Galinha Pintadinha.
Baltazar: Eu trouxe a Pepa Pig, mas relaxa é que unissex.
Cena 7 (quem tem bicho em casa passa sempre por isso)
Belchior: Eu trouxe incenso.
Gaspar: Eu trouxe mirra.
Baltazar: Ih, o sofá é de feno? Estou de bata preta. Vai encher de pelo!
Cena 8 (cara-de-pau III)
Belchior: Olha, não deu para trazer um presente. Sabe como é, né? Tudo em cima da hora.
Gaspar: E hoje ainda é feriado. Fica tudo fechado no Natal.
Baltazar: Eu trouxe um vaso de violetinhas que comprei no quiosque aqui da esquina. Não molha todo dia, não!
Cena 9 (perdidos ou atrasados)
Belchior: Gente, desculpe a hora. Sei que são quase meia-noite e criança deve dormir cedo.
Gaspar: Pois é, foi muito difícil achar o endereço.
Baltazar: E o GPS do meu carro errou nas indicações. Nunca mais compro GPS da marca Estrela de Belém.
Cena 10 (mulambentos)
Belchior: Trouxe uma camisa do Botafogo. Esse garoto é glorioso.
Gaspar: Trouxe uma camisa do Fluminense. Esse garoto é sangue azul.
Baltazar: Trouxe uma camisa do Mengão. Já vem escrito Zico atrás, o verdadeiro messias.
Cena 11 (conveniência)
Belchior: Dei uma passadinha no shopping e comprei nas Lojas Americanas esse enfeite de berço.
Gaspar: Fui na Venâncio 24horas e trouxe essas fraldas e Hipoglós.
Baltazar: Olha só, passei ali no posto Ipiranga e tudo que tinha era essa lata de óleo. É do coração do nosso carro.
Cena 12 (comentários constrangedores)
Belchior: Vocês gostam de decoração rústica, né?
Gaspar: O bom de quase não ter paredes é que a casa fica arejada.
Baltazar: E não é que esse bode de vocês quase não fede.
Cena 13 (piadinhas sem graça)
Belchior: Que criança bonita! Você fez o DNA dela, José?
Gaspar: Liga, não! Pai é quem cria.
Baltazar: Essa criança me lembra muito um soldado romano.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Queimando o filme



Clássicos do cinema em versões mais realistas e factíveis. O texto a seguir pode conter termos chulos e ofender pessoas frescas que não sabem lidar com sarcasmo ou imaturidade gratuita.
De volta para o futuro
Estamos no ano de 1985. Na casa dos McFly as coisas continuam na mesma rotina de anos e anos. George, o pai, segue frustrado com seu emprego deplorável de vendedor de planos da AT&T. Para piorar, ele é alvo de piadas e humilhações do seu chefe e vizinho Biff Tannen. Lorraine, a mãe, segue cada vez bebendo mais, o que a acaba a deixando fora de forma, motivo para beber mais e mais, formando assim um círculo (literalmente) vicioso. Os dois se conheceram quando Lorraine atropelou George na época da faculdade. Ainda assim, mesmo com essa história sendo contada frequentemente para os filhos, sempre existiu a impressão de que os dois escondiam algo sobre o acontecimento, sobre a passividade de George com Biff e o motivo da bebedeira de Lorraine.
Dos três filhos do casal, Marty é o mais safo de todos, o que não é digno de muito reconhecimento. Dave é um retardado que só sabe ler quadrinhos de super-heróis, jogar pinball na lanchonete da esquina e comprar bonequinhos do Falcon. Ele tem mais de dezoito anos. Linda está no décimo ano na faculdade local do governo. Ela começou fazendo sociologia, depois foi para comunicação, passou para filosofia, transferiu para letras e atualmente está fazendo apenas disciplinas eletivas enquanto aguarda a abertura do curso de responsabilidade sócio-ambiental em países comunistas. Ela é bolsista e ainda não se formou em um curso sequer.
Voltando ao Marty, ele está na escola e tudo que sonha é que sua banda faça sucesso, mesmo com um vocalista que tem temperamento imprevisível e notórios problemas em manter o peso. Seu único incômodo era com o nome da banda, motivo que o fazia discordar dos companheiros. Em um ensaio, depois de muita discussão por conta do nome, Marty é informado que será substituído por outro guitarrista caso não aceitasse o nome Guns and Roses.
Sem banda, Marty passa a ficar cada vez mais amigo do Dr.Emmett Brown, um engenheiro esquizofrênico, hiperativo, dislexo, desempregado e marginalizado pela comunidade científica por ser viciado em LSD e mescalina. Frequentemente Marty ia ao que Dr.Brown chamava de laboratório, uma garagem escura e suja, entulhada de quinquilharias que não funcionavam e coisas que um dia funcionaram, mas também foram desmontadas e não funcionam mais.
Certa noite, a pedido do cientista demente, Marty vai ao estacionamento de um mercado local. Lá encontra o Dr.Brown encostado em um DeLorean cheio de gambiarras. Com os olhos vidrados, fala acelerada e mãos nervosas, o criador explica ao jovem do que se trata a criatura. É uma máquina do tempo. O veículo que agora é movido a plutônio, depois de acertada a data destino no teclado de um Odyssey instalado no painel do carro, ao alcançar 120km/h viajaria no tempo. Enquanto Marty do lado de dentro do carro estava fascinado com aquela maravilha tecnológica e o Dr.Brown do lado de fora encenava seu processo criativo com gestos exagerados e movimentos cartunescos, uma van com alguns traficantes locais se aproxima. Eles querem cobrar uma dívida que o engenheiro adquiriu comprando supositórios alucinógenos. As coisas então saem do controle, os traficantes matam o desvairado cientista e Marty, assustado, foge com o carro que, ao alcançar a velocidade de 120km/h, viaja para a data que tinha brincado de colocar: o dia em que seu pai e sua mãe se conheceram em 1955.
Voltando no tempo, é óbvio que o local não seria igualmente um enorme estacionamento de mercado. Então, completada a viagem, assim que se materializa, o carro se esborracha em uma árvore. É perda total, nem adianta tentar fazer com que ande novamente. O motor voou longe, o Odyssey ficou em pedaços e o plutônio vazou transformando os pobres répteis que lá próximo estavam em tartarugas ninjas mutantes. Sem opções, ele cobre aquele monte de ferro retorcido com folhas, galhos e mato seco, seguindo a técnica de construção de cabanas aprendida em A Lagoa Azul que até então era para ele um lançamento, para depois andar até a cidade.
Chegando ao centro da cidade, Marty passará por diversas situações sobre coisas e costumes da época para mostrar que os roteiristas são antenados, até que enfim algo que preste vai acontecer. Andando pela calçada, ele vê seu pai, agora mais novo, atravessando a rua e depois sendo atropelado por sua mãe, uma gostosinha diga-se passagem. Ele chega a se recostar na parede de uma loja para mais à vontade presenciar o que seria a cena mais romântica da história de sua vida, e o que acaba acontecendo é um grande circo. Vários homens começam a cercar o carro acusando Lorraine de tudo e mais um pouco. Ouvem-se gritos coletivos de “piranha barbeira”, “vai pilotar fogão”, “mulher no volante, perigo constante”, “mulher no pedal, ameaça mortal” e um tímido ao fundo “eu comeria fácil, ela e o atropelado”. Marty, que esquecera ter voltado para uma época de predominância machista, fica assustado com aquilo tudo e não sabe o que fazer com medo de estragar o futuro, até que a polícia chega junto de uma ambulância. Pai George vai para o hospital, mãe Lorraine vai para a delegacia. Sabendo que o pai vai sobreviver, ele opta por seguir a ambulância usando um skate roubado de um adolescente. Essa cena em particular é assumidamente absurda, mas se faz necessária pela gravadora patrocinadora que queria uma oportunidade para colocar a música hit do filme.
O caos está formado na delegacia. Uma turba de homens coléricos pede a cabeça da menina que, ao invés de estar em casa desenvolvendo seus talentos domésticos, colocou em risco a vida de um rapaz ativo capacitado para sustentar uma família em um futuro próximo. Marty opta por ficar no meio daquilo tudo por cautela. O tumulto é tamanho que ninguém nota que ele veste um casaco do Boston Celtics com o número 33 e o nome Larry Bird gravado nas costas em comemoração ao título de 1981. Aqueles homens conservadores que são fãs de esportes não percebem, os repórteres sequer reparam e o roteirista é demitido depois disso.
Horas depois Lorraine é finalmente liberada após pagamento de fiança. Marty fica surpreso ao saber que quem pagou a fiança é a mesma pessoa que vai levá-la para casa: o jovem Biff Tannen. Indignado, Marty resolve seguir os dois com seu skate para que possam tocar a parte restante da música hit que ficou incompleta na primeira cena que era muito curta, mesmo para uma música pop de três minutos e meio.
Escondido no jardim e próximo à janela do quarto de Lorraine, Marty ouve a conversa dela com Biff. O que ele ouve é perturbador, aparentemente os dois são namorados. Incrédulo e disposto a confirmar o contrário, ele se levanta um pouco para enxergar o que se passa no quarto e flagra os dois se beijando. Ele se sente mal com aquilo, volta a se abaixar e tenta controlar a mente que está em uma velocidade descontrolada insinuando várias besteiras para ele. São longos minutos ali abaixado com os piores pensamentos possíveis. Como era possível a sua própria mãe, aquela santa criatura alcóolatra, trocando beijos com o rapaz que um dia seria o homem que humilharia seu pai dia após dia? Ele não poderia se conformar com aquilo e decide então surpreendê-los. Ao se levantar, o que era antes um pesadelo vira uma pequena imagem desconfortável perto do que presenciava. Sua mãe aplicava um guloso boquete em Biff. Ele passa mal, vomita no vidro da janela, desmaia e é sorrido por Biff com pau ainda de fora, das calças e da janela.
Mais tarde, com a consciência retomada, Marty está no quarto de Lorraine que ainda está acompanhada de Biff. Acontece uma longa e cansativa cena de diálogo entre eles até que seja explicado quem ele é e o que fazia ali. Todos convencidos que ele era um estudante de outra cidade perdido, o casal resolve ignorar o fato de ele ser um total estranho e começam a confabular em sua presença. Aparentemente, Lorraine seria condenada por atropelar George e a única solução era conquista-lo, para que assim ele retire a queixa. Martin, cada vez mais atordoado com a sequência de porradas que recebia horas após horas daquele dia nefasto, se levanta da cama, inventa uma desculpa e vai embora à procura do Dr.Brown.
Quando abre sua porta, antes mesmo que o desconhecido até então Marty pudesse falar algo, o Dr.Brown já antecipa “Desista, rapaz! Estou proibido de fabricar metanfetaminas.”, para a surpresa do garoto que precisa de muito esforço para conseguir a atenção de um agitado e confuso Dr.Brown, que estranhamente aparenta ter a mesma idade de 30 anos depois, provocando mais tarde a demissão do segundo roteirista. Após alguns argumentos de Marty e muitos olhos esbugalhados do cientista aloprado, o rapaz consegue convencê-lo a ir com ele até o DeLorean destruído. Chegando lá, Dr.Brown fica espantado com tamanha tecnologia e sua capacidade de desenvolver algo do tipo. Marty então explica seu problema, tudo que aconteceu e pede para que ele conserte o carro para que possa voltar para o tempo de onde veio, tempo que aparentemente não era tão cruel com ele. Infelizmente Dr.Brown não tem boas notícias para ele:
“Rapaz, isso nunca vai ser refeito! Você está falando com um imbecil desgraçado que passa o dia todo fumando haxixe e tocando punheta para encartes de lingerie que furto da caixa dos correios dos vizinhos. E você acha que é fácil achar plutônio? Ainda mais depois que aqueles porcos da Casa Branca encheram a cabeça daqueles amarelos nojentos dessa merda radioativa na segunda guerra? Esquece! Não tem como! Mesmo que conseguisse comprar plutônio no mercado, precisaríamos consertar o carro. Só que não existe tecnologia atual capaz de substituir aquelas peças. O mais perto desse carro que posso conseguir é um Lincoln Continental 1948, uma banheira gigante que pesa mais que o Titanic e precisaria de uma rodovia inteira para alcançar aquela velocidade. Rapaz, sinto muito por você. Lamento que sua mãe seja uma piranha que vai casar por conveniência com seu pai e manter um relacionamento secreto com aquele brutamontes. Já cogitou a possibilidade de ser filho desse tal de Biff? Pelo que me falou, você é bem diferente de seus irmãos. Você consome drogas? Deveria! Tenho uns adesivos mágicos na minha garagem. Quer vender comigo? Podemos fazer uma grana boa, o que acha?”
O restante do discurso do Dr.Brown é ignorado por Marty. Ele está totalmente desconcertado. Era como se tivessem tirado o chão debaixo dele. Marty estava em sua cidade e perdido ao mesmo tempo. Ele tinha pais e ainda assim era órfão. Estava preso naquela época para sempre e graças a dois doutores Emmett Brown. Primeiro, o do futuro, ou ex-presente, que o meteu em toda essa confusão. Segundo, o drogado e imbecil do passado, ou atual presente, incapaz de resolver seu problema. Não existia escapatória, ele tinha de recomeçar a vida.
Desgostoso com tudo, ele resolve ignorar Lorraine, George, Biff ou qualquer outro vínculo com sua família original. Naquele momento ele se tornara apenas Marty, um misterioso rapaz sem origens que arriscaria a vida no mundo da música. Para isso, ele ficou por um semestre inteiro vendendo drogas alucinógenas fabricadas pelo Dr.Brown em sua garagem para juntar dinheiro e produzir seu próprio disco. Com o primeiro objetivo concluído, ele planeja se apropriar de todas as músicas que eram sucesso na sua época para assim mais rápido alcançar o sucesso.
Dois meses depois de pagar do seu próprio bolso o lançamento do seu disco, Marty voltava a vender drogas para o Dr.Brown. Aparentemente a década de 50 não estava pronta para uma banda chamada Menudo que tocava músicas como Super Freak, Like a Virgin, Kung-Fu Fighting e I Want to Break Free.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Histórias Reais Inventadas por Mim

 Divagações fálicas
Era uma festa de exibicionismo puro, daquelas em que o anfitrião inventa uma desculpa qualquer para chamar amigos e pessoas de influência nos mais sofisticados círculos sociais para esfregar a sua casa e conquistas em suas caras. Os convidados ficavam espalhados pelo enorme e bem cuidado jardim aos fundos da casa, todos em mesas alugadas especialmente para o evento, mas arrumadas como se fossem mobília permanente ao redor da piscina que recebia uma iluminação artística que, se não fosse provisória, nunca tinha sido acessa antes. Garçons com trajes impecáveis serviam champanhe para as madames, uísque para os marmanjos e coquetel para os que gostam de ostentar bebidinhas coloridas em mãos. Se quisesse algo diferente como rum, tequila, vodca e outras bebidas que fariam os almofadinhas contraírem todos os músculos do rosto ao beber, você tinha de ir para o bar localizado em um dos vários ambientes da obscena da sala principal da residência. Era lá que eu estava. Não pela bebida em si, pois não é todo dia que posso tomar um porre de Blue Label que era servido no jardim, mas pelo público que o frequentava.
Em volta do bar estavam as pessoas que, mesmo frequentando habitualmente este tipo de evento, possuíam um comportamento um pouco diferente dos que estavam no jardim. Nada de vocabulário pomposo, falavam sobre assuntos corriqueiros, tinham uma postura informal e, o melhor de tudo, tentavam me acompanhar na bebida. Eram pessoas mais despojadas digamos dessa forma. Mesmo assim, eu era um peixe fora do aquário, se me permitem usar uma frase-pronta clichê. Na verdade, estava em um patamar muito abaixo delas, não apenas socialmente e financeiramente, mas principalmente em reputação.
Não fazia sentido ter sido convidado. A anfitriã me odiava por ter arruinado o casamento de sua irmã mais nova, coisa que não tive culpa direta, que fique registrado. A menina tinha 23 anos e casou com um velho bundão de mais 50 anos cheio da grana. Ele a enchia de presente e mimos, pagava viagens, deixava uma horda de funcionários à sua disposição, coisas que toda mulher sonha. Acontece que uma menina naquela idade sonha com isso, mas também tem vontades carnais, e nisso o cara não chegava junto. Bem, o resto já podem concluir, né? Enfim, um dia o cara descobriu, deu um pé na bunda dela que veio correndo achando que eu iria assumir algo com ela. Claro que não! A vantagem de morar em cidade pequena é que todos sabem a sua fama e a minha era de ser solteiro convicto. Nunca casei, noivei ou namorei. Vivia de um bar frequentado por uma rapaziada alternativa de roupas rasgadas e cabelos coloridos e me divertia comendo universitárias com problemas afetivos paternos ou mulheres com casamentos fracassados. Não podia ser mais perfeito, tinha mais de 40 anos e estava no auge.
De tanto beber rum, precisava ir ao banheiro. Fui ao que parecia ser o mais distante e discreto de todos. Caso tivesse sorte, fumaria um baseado rapidamente. Peguei então um longo corredor e ao me aproximar do banheiro, a porta se abre. Era a Cristina, a anfitriã que saia dele. Ao me ver, ela parou e me analisou da cabeça aos pés. Não sei se já disse, mas se a minha presença por lá era algo incompatível, meus trajes necessitavam de um adjetivo especial pra descrever tamanha discrepância. Estava de bota, calça jeans surrada e com alguns rasgos na frente, camisa preta, jaqueta de couro e uma bandana amarrada no pulso para esconder as marcas de um incidente recente. Cristina, que vestia um vestido vinho justo ao seu corpo, que preciso dizer ser invejável, não o vestido, o corpo, principalmente se considerarmos sua idade e os dois filhos nas costas. Ela me olhou com uma expressão que não sabia se era desprezo, pena, constrangimento ou algo relacionado a um possível problema intestinal que a levou até aquele banheiro destacado. Como junto dela não veio nenhum aroma estranho, escolhi desprezo para descrever a sua expressão. O olhar durou alguns segundos e nem tinha como evitar, pois ela estava exatamente na porta obstruindo minha passagem. Eis que do nada ela me pega pelo colarinho do casaco e me puxa para dentro do banheiro, trancando a porta em seguida.
- Sempre quis fazer isso com você.
Assim que anunciou, ela ficou de costas para mim e se inclinou na direção da bancada da pia. Nada podia ser mais proibido do que foder a anfitriã de uma festa no banheiro da sua própria casa com o marido por perto, sendo ela a mulher que tanto me despreza. Não pensei duas vezes, abaixei minhas calças, dei umas duas balançadas na minha rola e ela já estava rija, pronta para a ação. Sei que provavelmente alguém vai ficar ofendido dizendo que usei um termo chulo. Pois saibam que rola é um termo técnico para o membro sexual masculino, conhecido cientificamente como pênis. Explicarei.
A cultura masculina é naturalmente competitiva, dinheiro, fama, corpo, conquistas, tudo. O homem é tão competitivo e babaca ao mesmo tempo que disputa corrida com motorista de ônibus que está cagando para ele e só está fazendo merda no trânsito. No topo da competitividade masculina está a sua cultura falocêntrica. Tanto que desenvolveram uma nomenclatura técnica para classificar o pênis de acordo com o tamanho.
A nomenclatura mais conhecida é pau, usada para classificar o pênis que tenha a medida dentro da média. E que fique claro que a média precisa ser local, pois sabemos bem que a média no Congo deve ser bem diferente da média no Japão, que estranhamente tem aumentativo no nome. Em seguida vem o termo piru, com a letra i, porque com a letra e trata-se do animal, então, se um dia seu namorado disser que vai lhe enfiar o peru, ligue para o IBAMA fazendo uma denúncia de zoofilia. Enfim, piru é necessariamente um pênis com medida ligeiramente menor que a média, digamos um, no máximo, dois desvios-padrões abaixo. Depois existe o pinto que se refere a um pênis bem abaixo da média. Algo em torno de três desvios-padrões de diferença. Qualquer coisa muito abaixo disso não possui nome técnico, mas pode ser chamado de vergonha, deboche biológico ou clitóris.
No sentido oposto da escala, existe a rola, termo que utilizei. Ele é adequado para o pênis acima da média, mas ainda dentro de um a dois desvios-padrões de diferença. Entre dois e três desvios-padrões acima da média, o pênis leva o nome de piroca. Nome bastante justo, pois para pronunciá-lo é exigido que se encha a boca e se você, minha amiga, não estiver disposta a encher a boca, você não está pronta para lidar com uma piroca. Qualquer coisa além de três desvios-padrões acima deve ser literalmente chamada de coisa, mas também de aberração, ofensa, deboche coletivo, jequitibá ou Ubirajara.
A única ressalva é o termo caralho que não entrou na classificação por estar consolidado no vocabulário como termo de diversas aplicações. Dentro das mais famosas está para situações de espanto: “Caralho, isso é enorme!”. Para orientações geográficas: “Vai para o caralho com essa coisa mini que tem no meio das pernas!”. Para intensidade: “Isso está peludo para caralho!”. Para determinar coisas com funcionamento ruim: “Esse caralho não levanta!”. Ou tudo isso junto: “Caralho, mas nem aqui, nem na casa do caralho que você vai enfiar esse caralho torto para caralho em mim!”. Claro que os exemplos não precisavam ser relacionados a pênis, isso foi apenas um recurso didático que aproveita o tema em pauta para um melhor entendimento de conceitos novos.
Voltando ao banheiro, eu tinha acabado de direcionar o meu sangue para os canais venosos do meu pau. De imediato, aproveitei que Cristina já estava naquela posição e levantei seu vestido. Antes que pudesse abaixar sua calcinha, ela se virou rapidamente para mim:
- Você está louco – ela fez uma pausa ao reparar que estava de pau de fora e continuou. – Qual o seu problema?
Daí que notei que ela tinha acabado de montar algumas carreiras de cocaína na bancada da pia e já tinha uns restinhos de pó na ponta do nariz. Constrangido, tentei explicar rapidamente o que tinha passado pela minha cabeça, mas ela estava doida demais para entender. Tudo que fez foi me dar um canudo e voltou a enfiar a cara na farinha. Ficamos ali como dois tamanduás inalando tudo que tinha para ser inalado. Ela de vestido ainda levando e bunda de fora, eu de calças arriadas e com o pau duro encostado na pia. Não transamos um minuto sequer e, não sei na cabeça de vocês, mas na minha, isso foi a maior sacanagem da minha vida. Em ambos os sentidos.