quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Que sacanagem!

Um dos temas que mais tem ocupado as principais páginas da mídia é o tal muro do Trump. Não sei ao certo como ele vai funcionar porque tive preguiça de pesquisar a fundo. Aliás, na minha cabeça, seu funcionamento já está definido e se encaixa perfeitamente nessa crônica. Então, por motivos de conveniência, vai a minha versão como a oficial.
Agora que colocaram o doido do Trump como presidente dos Estados Unidos, o inevitável e tão falado muro está por vir. A proposta, que só faz sentido naquela cabeça que usa um topete sem sentido, é proteger o país de estrangeiros ilegais. Obviamente que isso vai dar uma merda do cacete e o próprio povo estadunidense vai pagar por isso também. E não falo da parte financeira de montar o muro. Estou me referindo a sofrer revés depois de erguida a parede da discórdia. Todo dia centenas de estadunidenses cruzam a fronteira por algum motivo particular. Com o muro, é possível que isso acabe por conta de alguma retaliação vinda do outro lado. Nada mais justo, diplomaticamente falando. Para o povo, é uma puta sacanagem. Imagine não poder mais cruzar a fronteira para comprar tequila legítima de primeira por preço de cachaça de botequim? Nem me venham falar que na terra do Tio Sam se encontra José Cuervo ou Sauza por preços módicos. Não é a mesma coisa. É como se fossemos obrigados a nos contentar com cachaça Pitu porque nos proibiram de pegar cachaça artesanal em Minas Gerais. Apesar de não corrermos o risco de ter um muro erguido na fronteira do Rio de Janeiro com Minas Gerais. Já na fronteira de São Paulo com o Paraná é algo que eu não colocaria a minha mão no fogo.
Se a perda do acesso à bebida já é algo suficientemente grave para se rever a tal ideia estapafúrdia, imagine quando analisamos a perda cultural. Imagine não poder cruzar a fronteira e desfrutar do Dia de Los Muertos em Tijuana? Trata-se de um evento fantástico que mistura religião, carnaval e adrenalina. Afinal, acontece na cidade mais violenta daquele país. Portanto, você pode estar em um momento venerando os mortos e, minutos depois, estar sendo venerado pela multidão.
Ainda sobre a parte cultural, é impossível deixar de falar sobre a maior referência artística do país das tortilhas. É quase uma tradição para os pós-adolescentes estadunidenses cruzar a fronteira para ver o clássico show The Lady And The Burro. Explico para os que desconhecem a tradição. O show é basicamente isso mesmo que o nome diz. No palco entram uma bela mocinha e um jegue. O que acontece depois é a maior bizarrice da história. Sim, eles transam ao vivo na frente de todos. Filha de uma família de mágicos, a bela jovenzinha, igualmente às caixas dos seus pais, tem fundo falso e manda ver com o quadrupede que faz um esporro de corar aquela vizinha escandalosa que finge orgasmos toda noite de terça-feira. Pensando bem, com a construção do muro, privar os jovens desse show de horrores talvez seja o único ponto positivo da proposta autoritária do biruta do Trump.
Eu, para ser honesto, sequer sei se já começaram a construir o muro. Será que eles precisam de licitação? Vai ter superfaturamento? Aceitariam a Odebrecht como concorrente na disputa dentre as empresas de engenharia envolvidas? Os tijolos serão posicionados de pé ou deitados? Ou nem tijolos usarão? Não posso responder a essas perguntas, pois sou muito desinformado em diversos assuntos. Um deles que mais me aflige e que está diretamente ligado ao muro é a tal da Sol. Talvez vocês se lembrem da protagonista da novela América que pretendia ultrapassar a fronteira ilegalmente. Ela já conseguiu? Porque, caso negativo, é importante que ela agilize essa cruzada ou vai dar de cara na parede. Ou muro, melhor dizendo.
Vale lembrar que a tal protagonista de desenterrei do fundo do baú das novelas era interpretada pela atriz Débora Secco. Essa mesma atriz que na semana passa declarou que tinha problemas com fidelidade e mentiras. Isto é, ela assumiu publicamente que pula o muro, digo a cerca, com a maior naturalidade possível e não hesita em manter a mentira dentro da sua conveniência. Realista como sou, sei que não existe números suficientes para representar a probabilidade de ela cometer uma traiçãozinha de leve comigo. Todavia, ela podia me mandar uma mentirinha ao menos. Ser chamado de lindo por ela seria tão fabuloso quanto poder dizer aos quatro cantos que sou o corno oficial dela. Não, não ligo para essas coisas. Fazendo em casa o dobro do que apronta na rua, a contabilidade me sai favorável. Claro que, para outros cabras, isso soa extremamente ofensivo. Alguns, imagino eu, mesmo com a espetacular oportunidade de ter algo com ela, rejeitariam a proposta por conta da sua declaração. Outros, até aceitariam, mas acredito que sob a condição de construir uma espécie de muro do Trump ao seu redor.


Que sacanagem! é uma rapidinha semanal só para manter o interesse.