quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cretinice homeopática

- Alô!
- Oi, amiga. Está podendo falar?
- Estou no aeroporto. Vou pegar um avião.
- Ah, então deixa. Depois nos falamos.
- É urgente?
- Não, mas é demorado. Está indo para aonde?
- Guarulhos. Passar um fim de semana por lá.
- Guarulhos? Tenho uma dica ótima.
- É mesmo? Qual?
- Não vá!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Poesia for dummies

Uma nova manhã
Hoje acordei com uma sensação diferente
Quero nova vida, agir consciente
Amar, sonhar, mudar, recomeçar
Tamanha confusão. Por onde começar?

Hoje acordei com uma sensação diferente
Voltar ao passado e encontrar tanta gente
Pedir desculpas e tentar corrigir
Limpar os meus erros, fazê-los sumir.

Hoje acordei com uma sensação diferente
Ver um novo mundo, com um olhar que sente
A poesia das manhãs, o amor num vinho
A melodia oculta em um gesto de carinho

Hoje acordei com uma sensação diferente
Uma energia nova, uma força latente
Seria um novo mundo, em uma nova maneira
Mas nada mudou, era só caganeira.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Amargura por extenso

Coluna fantástica para vocês
Recentemente, na crônica anterior para ser preciso e detalhista, listei algumas das tarefas mais fáceis no mundo do jornalismo. Contudo, uma delas ficou de fora por motivos óbvios, trata-se da mais ridícula de todas. Falo da árdua responsabilidade de montar a manchete de capa de revistas de boa forma. Basicamente, tudo que a pessoa tem de fazer é pegar a manchete já pronta em um arquivo de acordo com o mês da edição. Esse tipo de revista é imune a tudo, inclusive eventos de indiscutíveis grandiosidades. Não importa se o Brasil está em crise, se países estão em guerra, se o planeta mudou de órbita ou tampouco se consegui desencalhar, para os seus editores, secar a barriga em cinco dias usando utensílios domésticos é prioridade máxima.
Então, em primeira mão, concedo-lhes acesso a este arquivo em que listo todas as manchetes que terão durante os próximos anos:
Janeiro: “Essa é quente: Listamos exercícios irados para você entrar em forma nesse verão e fazer bonito nas praias.”
Fevereiro: “Abram alas: Preparamos uma série sinistra para você cair na folia em forma.”
Março: “Águas de março: aumente sua resistência com nosso circuito de natação contra a correnteza das enchentes.”
Abril: “Se eu fosse como tu: Destrua as calorias da Páscoa com nosso especial bombástico.”
Maio: “Mês das noivas: Entre no vestido que quiser depois da nossa sequência aeróbica turbinada.”
Junho: “Pula a fogueira: Veja nosso especial para deixar suas pernas com mais força nas festas juninas.”
Julho: “Xô frio: Se aqueça neste inverno queimando todas as calorias com nossa série infernal.”
Agosto: “Nunca termina: Montamos uma sequência arrasadora para este mês escroto sem feriado passar logo.”
Setembro: “Agora vai: Confira nosso circuito que vai te motivar. Se ele não te motivar, pagar uma fortuna por esta revista vai.”
Outubro: “Alongue-se: Dicas exclusivas para manter a sua elasticidade sem sair da cama.”
Novembro: “Especial deste mês: Prometemos uma série diferente tão ineficiente quanto dos outros meses.”
Dezembro: “Top 10: Veja nossa lista especial de desculpas para dar aos amigos quando perguntado sobre não ter ido um dia sequer à academia.”
Edição especial: “Top Secret: Uma matéria exclusiva com exercícios já listados durante o ano apenas para garantir nosso décimo terceiro.”

sábado, 15 de novembro de 2014

Apenas jogar papo fora


Devia ser a sexta vez que trocávamos olhares e ainda permanecia no mesmo local. Parte dessa inércia é culpa da minha total incapacidade de determinar quando alguém está afim de mim ou quando alguém está me desprezando. A outra parte é por conta da minha timidez que insistem em dizer que é invenção minha. Acreditem, sou tímido, até demais. Vocês que estão habituados a conviver comigo apenas quando bêbado. Não existe bêbado tímido, existem apenas bêbados prestes a desmaiar. Em momentos de bebedeiras, timidez é um sinal clássico de se levar alguém para o hospital ou iniciar conversa com outra pessoa.
Não sei se cansada por aquele cerimonial que não levava a lugar algum, ou se intrigada para descobrir se eu era um retardado, ela se aproximou e puxou assunto. Aqueles cumprimentos de sempre, trocamos nossos nomes, o dela era Michele, além de pausas breves e constrangedoras entre perguntas e respostas. Nada muito diferente da rotina antes da conversa engatar ou da habitual virada de costas. A conversa fluiu então:
- Acho que já te vi algumas vezes por aqui antes – ela afirmou e ainda assim colocou um ar de dúvida.
- Sim, provavelmente – respondi tentando olhar apenas nos seus olhos, apesar de seu decote possuir poderes magnéticos. – Moro literalmente aqui em cima.
- Hum, sócio daqui então?
Ela tinha um talento para instigar a conversa, o que era desnecessário considerando aquele decote. Ainda assim, não era o meu propósito inicial. Não tinha nem três semanas que me mudara, estava arrependido e depressivo. Só queria beber algo e depois dormir. Aparentemente ela estava tornando minha meta simplória em algo mais complexo do que precisava.
- Só beber uns tragos e nada mais? Impossível – ela disse incrédula. – Homem quando quer fazer isso não vai para bar badalado, fica em casa.
Ela tinha certa razão em seus argumentos. Eu podia facilmente ficar em casa bebendo o pouco de álcool que lá restava, mas daí a graça de se divertir vendo as pessoas passando vergonha seria desperdiçada. E, convenhamos, normalmente eu proporciono esse prazer aos outros. Eu mereço uma noite de retribuição ao menos.
- Você só está piorando – ela disse rindo logo após que expliquei meus propósitos originais. – Isso é papo para tentar comer alguém.
- Está funcionando?
- Céus, você é horrível e maligno – a afirmação foi seguida de uma apertada no braço que para todo bom entendedor significa muito. – Estou começando a gostar de você.
Um cretino sempre reconhece outro cretino, e ela era uma cretina por essência. Era algo que podia se encaixar no meu propósito, alguém com talento para proporcionar uma conversa divertida e ao mesmo tempo interessante. Seu único defeito era ser atraente. Não queria distrações hormonais, queria apenas uma noite tranquila de quinta-feira que se encerrasse na sexta-feira. Já tive muitas noites de quinta-feira que se estenderam por meses em furadas repetidas e tentativas frustradas de desvencilhar contato.
- O que faz da vida – ela perguntou dando margem para ser sincero ou apenas manter o personagem. – É meio tarde para alguém que supostamente trabalharia cedo amanhã.
- Destruo a vida as pessoas.
- Nossa, que interessante – ela falou erguendo seu chopp como fazendo um brinde. – É advogado familiar?
Cada vez mais genial e entrosada com o meu cinismo, ela estava se tornando irresistível. Naquele momento, a parte física dela sequer importava mais, tornara-se sexy na minha maneira favorita. Disse então que aquela era a minha vocação apenas, mas que, por influência do mercado, eu era desempregado.
- A minha profissão – ela repetiu a minha pergunta, talvez para pensar na resposta. – Sou professora de educação infantil.
- Professorinha então?
- Sim, podemos dizer assim.
- Ora, está tentando me seduzir – disse com um olhar declaradamente debochado. – Não instigue meus fetiches, mocinha. Posso te chamar de tia Teteca?
Sua risada era uma delícia, ainda mais sabendo que eu a provoquei. O destino é um desgraçado debochado mesmo. Cansei de perder a conta das vezes que saí com a piores das intenções e tudo que consegui foi terminar a noite tocando punheta no banho pensando em alguma garota que sequer olhou para mim. Desta vez, só queria meia dúzia de chopps e voltar para casa. Contudo, o maldito me apresenta a minha versão feminina, com peitos no tamanho certo, sorriso fatal e cabelão. Ah, como cabelão me abala.
- Isso foi muito direto para quem tinha um propósito mais conservador.
- Ei, não persista nessa ideia de desmistificar o meu propósito. Estava sendo sincero.
- Suas atitudes confirmam, mas sua fala desmente.
Assumir, meio que indiretamente, que está me analisando é uma boa forma de me conquistar. Se a pessoa fizer isso com talento então, praticamente tatua o nome na minha mente. Sim, porque pelo coração ninguém me ganha. Minha cota de se apaixonar pelos motivos errados está esgotada tem tempo. Precisava então confirmar o quanto ela era boa em me analisar.
- Claro que suas intenções são dúbias – ela me respondeu com certa propriedade. – Suas falas são de quem quer seduzir e envolver a pessoa na conversa. Já seus olhos são comportados, direcionados apenas para o meu redor.
- Mamãe ficaria tão orgulhosa da segunda parte.
- Imagino que sim, mas meus peitos estão ofendidos.
- Oh me desculpe. Não era a minha intenção – retruquei fitando desavergonhadamente o decote. – Olá, meninas! Vejo que estão com frio.
- Você é horrível – ela reagiu rindo e cobrindo o decote. – Vejo também que está bem alegre.
- Não se iluda pelo meu pau. Ele é um idiota que se entusiasma à toa. Nem sempre me representa. Ele confunde a euforia do meu cérebro com a sua conversa achando que iremos trepar.
- Trepar? Bem, não podemos negar o seu romantismo, não é mesmo?
- Ora, não fique melindrada. É apenas um termo técnico específico dentro de uma cadeia classificatória ténica.
- Então espera um minuto – ela se interrompe para em um único gole terminar a metade restante de seu chopp e depois prosseguir. – Preciso de uma dose razoável de álcool para este momento. Pois bem, me diga da cadeia.
- A nomenclatura vai de acordo com o nível de profanidade do ato obsceno. Isto é, quando mais sacanagem e sujo, mais alto está na cadeia.
- E qual é o mais baixo de todos?
- Depende do baixo. Pode ser o baixo no sentido de imundo e no sentido de pior colocação.
- O último!
- É o que só tem papai e mamãe. Leva o nome de fazer amor. É monótono, desprezado pela maioria das pessoas felizes e o culpado pelo fim dos relacionamentos.
- É, não os condeno. E depois, o que tem?
- Pela ordem, subindo na cadeia de obscenidade estão fazer amor, fazer sexo, transar, trepar, foder e rodízio de pizza que é uma putaria do caralho.
Em situações normais de temperatura e pressão, qualquer outra mulher me chamaria de idiota, viraria as costas e passaria uma boa parte da vida me difamando para as amigas. Confesso que ela me chamou de idiota, sim, mas não foi embora. Ela ficou e riu. Riu como nunca naquela noite. Para os meus propósitos originais, era como se a tivesse feito gozar como nunca. Ao menos o assunto era sexo, o que ajuda na analogia.
- Você está sendo muito rigoroso – sua réplica foi interrompida primeiro pelo garçom que trouxe mais uma rodada de chopp e depois interrompida para brindarmos e dar o primeiro gole. – Sexo é bom de qualquer jeito.
- Não disse que era ruim. Apenas mencionei a classificação por alto, você se interessou e dissertei sobre. Para mim, sexo também é bom de qualquer forma. Inclusive sozinho.
- Sim, adoro sozinha. Poucos superam o que alcanço sozinha.
- Então vamos combinar o seguinte – fiz uma pausa para mais um gole e também dar um ar de suspense à minha proposta. – Como disse, queria sair apenas para tomar um chopp. Nada de flertes ou algo do tipo. Vamos lá para casa, você brinca sozinha e eu assisto. De uma maneira muito estranha terei conseguido cumprir com a minha proposta original e você ainda terá um final de noite espetacular.
- Ah seu fofo – agora foi a vez dela fazer uma pausa dramática para beber seu chopp. – Já estava nos meus planos ter um final de noite espetacular. Cabe apenas a você querer participar efetivamente ou não.
Mulheres bem resolvidas com iniciativa são as minhas favoritas e as que mais me intimidam. Talvez uma coisa explique a outra. Não bastante, estávamos no oitavo ou nono chopp. Não me recordo. Eram muitas coisas favoráveis para inverter a noite.
Eu sei que estou parecendo um frouxo nessa ladainha, mas o histórico me obriga a fazer isso. Estou talvez na minha última chance e, como disse inclusive para ela, já arruinei com a vida de muita gente. Precisava ao menos uma vez provar para mim mesmo que era capaz de manter uma meta estabelecida. E, convenhamos, ela era um teste à altura.
- Baby, estou começando a achar que está levando para o lado pessoal essa coisa de provar que era balela o meu objetivo de noite.
Ela deu mais um gole no chopp, apoiou seus cotovelos na mesa para melhor se aproximar de mim. Em seguida, deixou propositalmente o decote exposto. Olhou para um lado, olhou para o outro e voltou a me olhar. Ensaiou que ia começar a falar algo, se conteve, molhou os lábios e aí sim falou:
- Deixa eu ver se entendi bem, baby – faço uma ressalva para dizer que adoro quando usam esse termo para debochar de mim. – Você vai insistir nessa posição de se manter irredutível, para ganhar um jogo que você mesmo inventou e no final nenhum dos dois na realidade saem ganhando?
- Você assim faz parecer terrível. Não é tão simples. É uma coisa própria com fundamentos.
- Ok – ela começou a se levantar. – Devo ficar feliz por você ao menos?
- Não precisa disso – fiz um gesto para que se sentasse. – Vamos combinar o seguinte. Sábado agora nos esbarraremos propositalmente sem querer aqui. Estarei sem objetivos ou provas pré-estabelecidas. De quebra, estarei orgulhoso da minha conquista de hoje.
- Não vai ter sábado – ela continuou a se levantar. – Sabe por qual motivo? Porque não sou daqui e volto para a minha cidade amanhã de tarde. Entende a razão por ser tão decidida?
Na manhã seguinte, pouco depois de meio-dia, eu e Michele tomamos coragem de sair da cama para tomar café na padaria aqui da esquina. Comemos, ofereci em seguida carona, ela disse que não precisava, bastava acompanha-la até o ponto de taxi.
- Que horas vai embora?
- Para onde?
- Para a sua cidade.
- Eu moro em São Cristóvão, bobinho. Esqueceu que comentei que te vi outras vezes por lá no bar? Nos vemos no sábado?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Amargura por Extenso

Profissão repórter
Constantemente vemos jornalistas sendo demitidos, reportagens de qualidade duvidosa e saias-justas em todos os meios de comunicação. Muitos atribuem ao fato de não ser mais exigido diploma para exercer profissão no mercado jornalístico, principalmente nos guetos editoriais. Outros alegam falta de capacitação. O fato é que existem certos nichos na área que são tão rasos que se tornam tarefas fáceis e possíveis para qualquer pessoa. Sim, o jornalismo, seja impresso, virtual ou televisionado, está tão repleto de lugares-comuns que qualquer pessoa que consiga ter um QI inferior ao de um profissional da área é capaz de fazer o mesmo. Enumeramos algumas delas:
Repórter de festival de rock: “Qual sua expectativa para o show de hoje? QUAL SUA EXPECTAT... OK, BOM SHOW! Ele não tem mais tempo, mas pelo olhar deu para sentir que ele está muito ansioso em tocar no Brasil pela primeira vez, que cogita voltar mais vezes, que é fã do samba, caipirinha e Paçoquita, que acha lindas nossas favelas e que pretende comprar um apartamento no Urca.”
Repórter de trânsito: “A Pinheiro Machado está engarrafada. A Francisco Bicalho está engarrafada. A Ponte Rio-Niterói está engarrafada. Se você ainda usa algum desses percursos diariamente definitivamente não precisa dos meus serviços.”
Apresentador de meteorologia: “Aqui nesta mancha cinza vai chover, nesta mancha amarela vai fazer sol, nesta mancha verde tem um monte de plantinha e esta mancha azul é o mar.”
Repórter de futebol de beira de campo: “Cumbica, não foi uma partida boa do time. Depois de perder de oito a zero, é levantar a cabeça e seguir no campeonato ou todo mundo tem de se matar no vestiário?”
Repórter político ao vivo de Brasília: “Desculpe, não estou te ouvindo. Estamos no ar, Laurindo?”
Repórter em cobertura ao vivo de eleições: “Parece que já temos o resultado das eleições para presidente... mas antes... vamos ver a contagem dos votos que está em 12% das urnas apuradas em Tartarugalzinho.”
Apresentador do Globo Rural: “Vamos agora falar da safra da soja. E como só tem desgraçado acordado assistindo este programa, vamos contar grão a grão.”
Redator do Catraca Livre: “Hoje vamos ensinar como fazer o seu Iphone usando uma abobrinha, duas fitas K7 velhas e quatro pilhas AAA.”
Repórter de telejornal local que não quis dar para o diretor de jornalismo: “Estou aqui na puta que pariu para cobrir a reclamação dos moradores. Não tem água, não tem asfalto na rua, não tem saneamento básico, não tem coleta de lixo, mas tem mosquito para caralho nessa merda. Vai tomar no cu, Ermínio.”
Colunista social: “Na noite de ontem, o filho de um renomado executivo foi visto aos beijos com a filha de conhecido empresário carioca. O que se diz por aí é que ele é viado e está tentando disfarçar, enquanto outras pessoas afirmam que ela é piranha mesmo.”
Redator de reportagem sobre celebridades: “Foi visto pela manhã, na orla da praia [inserir o nome], o galã [inserir o nome]. Ele deu sete passos para frente, esperou o sinal fechar e atravessou a rua. Continuamos aguardando novas polêmicas.”
Apresentadora de programa de culinária: “Hoje faremos uma novidade das guloseimas, brigadeiro com um chapeuzinho no topo.”
Jurado de programa de calouros: “Fiquei impressionado com sua voz. A sua técnica também é impecável. Sem entrar no mérito da acertada escolha da música. Ainda assim, hoje meu voto é não. Ficarei com o sobrinho do Ermínio mesmo.”
Repórter de programa adulto da madruga: “Você poderia mostrar os peitos e dar um grito monossilábico?”
Locutor de desfile de escola de samba: “Vamos ouvir a bateria.”
Locutora de desfile de escola de samba: “Olha a letra do samba na tela para você cantar em casa.”
Comentarista de desfile de escola de samba: “O desfile definitivamente está apresentando muita criatividade, sem perder o luxo. Também tem muita irreverência, sem sair do tema. Acho que é uma forte candidata ao título.”
Repórter de desfile de escola de samba: “Estamos aqui com a passista Juju Surubinha que este ano vai sair de fênix, a galinha piromaníaca da mitologia. Juju, qual a importância que você cons... Só um segundo. Ok! Vamos do outro lado da concentração com Raimundo Tribobó que está com a sambista mais velha da escola que este ano vai sair de gangorra de pracinha abandonada.”
Repórter internacional: “Aqui em Bagdá a situação continua tensa. Tiros e bombas durante toda a noite. Um míssil caiu em nosso hotel e estamos dormindo em uma cabine telefônica com outros sete repórteres internacionais e duas cabras. Vai tomar no cu, Ermínio!”
Locutor de corrida de cavalos: “ohfowfehoofhgq wpgwhhwpfwephg fpwqehfwewpehgvweh ohfoqhfwe ofhwehfwehf qpfujhqw 0fpqwehfwe qpofhgwofwpgfhw0fw fpoqh fghfwfh wephwea wqfdch w0fhw0fwh cruuuuuuuzam a reta final.”
Apresentador de programas de vendas de utilidades domésticas: “Amigo telespectador, sabemos bem como é difícil amarrar um par de tênis. Mas seus problemas acabaram. Com esta incrível máquina que pesa uma tonelada e exige praticamente o espaço equivalente ao de um armazém para ser instalada, basta colocar seus pés com os tênis calçados e exatos vinte e dois minutos depois eles saem perfeitamente amarrados. Mas não ligue agora, pois daremos um galão de Super Bonder para colar seus dedos que acidentalmente podem ser mutilados pelas engrenagens desta incrível máquina.”
Redator do Buzzfeed: “Descubra como bombar sua internet nesse post ilustrado com 718 GIFs pesados e desnecessários.”
Roteirista de programa sobre a natureza: “Lucas, o leão órfão segue em sua caminhada pela savana atrás de sua mãe, Leonora, a leoa pensionista.”
Locutor da maratona de São Silvestre: “Enquanto eles não se aproximam dos metros finais, vamos mais uma vez com o repórter Jorge Tangerina que está em Recife cobrindo os preparos para o Carnaval do ano que vem.”
Redator das páginas policiais: “Segundo retrato-falado feito pela polícia, o suspeito é um homem pardo, de cabelo curto e traços fortes. Mas parece também um latino transexual com paralisia facial. Pode também ser uma xícara de peruca e óculos. Não é muito clara a imagem.”
Comentarista de arbitragem de futebol: “Não foi falta. Vemos ver no replay. É parece que o zagueiro aplicou uma força desnecessária à jogada, mas continuo não achando falta. Temos a lente de aumento? Ok! É, de fato o zagueiro cravou um vergalhão no crânio do atacante, mas visivelmente não foi a intenção. É o risco do jogo de contato. Para mim, não foi falta!”

Repórter para coberturas urgentes: “Acabamos de chegar na Usina Nuclear de Angra 1 que explodiu nesta madrugada. O local ainda é muito quente e com uma névoa fluorescente estranha. Meu cinegrafista acaba de desenvolver antenas e surgiram mais dois cus em mim. Ainda assim, não vou dar nenhum deles para você, Ermínio!”

terça-feira, 11 de novembro de 2014

As peladonas de Porto Alegre

Interrompemos nossa programação para fazer com que pensem que verão peitinhos balançado ao vento. Na verdade é só uma foto e de costas.
Preocupadas com a escassa quantidade de homens que gostem de fruta, leia-se manga rosa, e não banana d’água, mulheres gaúchas resolveram apelar na caça aos héteros e começaram a correr nuas pela cidade. Até ontem a contagem era de quatro peladonas pelas ruas de Porto Alegre. O chefe da polícia local já informou que não vai mais admitir ações do tipo e que todas estão sendo detidas por atentado ao pudor:
- Isso é um absurdo – disse o coronel Aparício de Cócoras. – Não podemos tolerar cenas como estas. É uma afronta à sociedade gaúcha essas mulheres correndo exibindo aquela carne mijada nojenta. Devemos preservar pelos bons costumes da nossa população que está enojada com as cenas protagonizadas.
O representante da prefeitura de Porto Alegre, em uma entrevista coletiva, disse estar preocupado com a repercussão negativa que estes eventos podem trazer à cidade. Segundo ele, tais fatos envolvem muito mais coisas do que se imagina:
- Primeiro que isso pode afugentar o turismo de pessoas vindas de vários lugares do Brasil, como Campinas, Pelotas, Curralinho e da Farme de Amoedo – assim iniciou a entrevista o secretário Simão Prepúcio. – Devemos considerar também que isso pode fazer com que percamos diversos eventos anuais fixos na cidade como o Mister Universo, Concurso do Chimarrão Apimentado e Congresso Nacional dos Homens Formados em Arquitetura.
O representante da Sociedade Gaúcha de Machos também se pronunciou preocupado com as notícias. Para ele, isso pode culminar na criação de uma imagem ruim para os homens de Porto Alegre.
- Em nome de todos os oito integrantes de nossa sociedade, digo que vocês da imprensa precisam acabar com essa fama que inventaram sobre não ter macho em Porto Alegre – afirmou o presidente da sociedade, Jacyr Aparecida. – Isto não é verdade. Tanto que meu primo Afonsinho esteve aqui nas férias passadas e levou um macho com ele na volta.
Voltamos a qualquer momento.

domingo, 9 de novembro de 2014

Queimando o filme

Clássicos do cinema em versões mais realistas e factíveis. O texto a seguir pode conter termos chulos e ofender pessoas frescas que não sabem lidar com sarcasmo ou imaturidade gratuita.
Sons of Arnarchy
A série americana de TV Sons of Anarchy é um sucesso. Motoqueiros com cara de mau e fora-da-lei se metendo em briga e negócios perigosos viraram a nova febre da televisão. Contudo, sabemos muito bem o quanto os roteiristas costumam fantasiar nas histórias. Ainda mais com um tema o qual eu domino bastante, pois sou um motoqueiro com cara de mau e viril. Portanto, hoje reescreveremos a primeira e única real temporada de Sons of Anarchy. “Ridin' through this world, all alone...”
Capítulo 1: Os Sons têm um assunto importante para resolver com os Mayans. Eles se reúnem na sede, conferem armas e os planos. Depois ficam na mesa externa esperando a chuva passar, pois motoqueiro não anda na chuva. O episódio termina com eles consultando os sites de meteorologia para saber se vai chover no dia seguinte;
Capítulo 2: Continua chovendo e os Sons agora têm uma decisão difícil para tomar: quem vai à rua comprar comida para eles? O episódio termina com a Gemma servindo com uma macarronada feita com muita intriga e arrogância;
Capítulo 3: Finalmente o tempo está bom para os motoqueiros irem às ruas resolverem suas pendências com as gangues rivais, mas beberam tanto na noite anterior que estão com uma ressaca insuportável. A enxaqueca sequer permite que liguem as motos. O episódio termina com Jax segurando o cabelo de Ope para que ele possa vomitar, mostrando assim a amizade sincera deles;
Capítulo 4: Nasce Abel, filho de Jax com a cracuda da cidade. A criança possui vários problemas. O coração funciona com dificuldade, os intestinos ficaram expostos e os pais não têm Unimed. Ainda assim, sem a menor cerimônia, permitem que Jax entre na UTI pré-natal e segure o bebê no colo sem uma preparação prévia. Ao final do episódio, Abel morre por conta de uma grave infecção generalizada que pegou das diversas bactérias acumuladas no colete imundo do pai;
Capítulo 5: Preocupada com a possível repercussão que a morte de Abel pode ter dentro do clube, Gemma espalha que o bebê foi morto por um latino de moto. Os Sons não têm dúvida que foram os Mayans e partem para o clube deles para uma represália. No caminho eles precisam parar algumas vezes para que Piney possa fazer xixi. O episódio termina com eles desistindo e retornando à sede para preservar a próstata de Piney;
Capítulo 6: Este capítulo tem um tom mais filosófico. Os Sons estão na chamada capela e decidem discutir sobre a confusão que andaram causando todo esse tempo por conta da mania de se referirem a eles mesmos como Sons, MC, SAMCRO, Sam Crow e gangue. Depois de uma longa e acalorada reunião, fica decidido em uma votação apertada que o nome oficial vai ser apenas Sons e mais nenhuma variação. O episódio termina com os tradutores e técnicos de legenda comemorando;
Capítulo 7: Após compreenderem que estão à beira de uma guerra com os Mayans, os Sons resolvem conversar com as demais gangues da região para pedir apoio. Clay e Jax pedem uma reunião com o chefe dos Niners, uma gangue de rua composta por negros. Eles se encontram então em um galpão deserto bem distante da cidade. Jax explica que vai atacar os Mayans. Ao ir embora, o chefe dos Niners fica puto e dá um esporro em Jax e Clay que o tiraram do outro lado da cidade para dar esse recado de cinco minutos e mais nada. Ele fala ainda que está cansado dessas reuniões distantes que duram quatro frases apenas. Por fim, avisa que só vai dar atenção a eles por torpedo. O episódio termina com os Sons indo a uma loja da AT&T para fazer um pacote coletivo de SMS;
Capítulo 8: Finalmente Sons e Mayans se encontram para acertar as contas. Um tiroteio de grandes proporções acontece no meio da avenida principal de Charming que, diferentemente dos capítulos originais, está repleta de pedestres. Outra diferença para os capítulos originais é que agora eles possuem uma mira digna de seriado desse tipo. O saldo final é de 18 feridos entre Mayans, Sons e transeuntes, 22 mortos, sendo 12 Mayans, 5 pedestres e 5 Sons, além de 8 motos que explodiram quando os tanques foram alvejados. O episódio termina com o funeral dos Sons, mas como só tem um cemitério na cidade, também está acontecendo o funeral dos Mayans e dos inocentes que também morreram no mesmo tiroteio. Com isso acontece uma nova zona com tiro, porrada e bomba em fade out;
Capítulo 9: Os Sons estão com um problema sério. Seu quantitativo foi reduzido drasticamente no último capítulo restando 3 vivos e mais dois gravemente feridos. A preocupação com outras gangues tentando tirar proveito disto aumenta, obrigando que tenham cautela nas próximas ações. Ainda assim, como todo esse clima de tensão no ar, o capítulo é focado em Gemma que arruma uma briga no supermercado, discute com um guarda de trânsito e em casa não consegue se decidir se toma seu remédio para menopausa ou se vai transar com Clay mesmo com a vagina ressecada como uma pedra pome. O episódio termina com Jax gritando algo que poderia ser dito tranquilamente, mas aparentemente esta é a única maneira que ele sabe atuar;
Capítulo 10: As preocupações que cercam os Sons estão cada vez mais constantes, mesmo assim, o capítulo será sobre relações familiares. Jax vai ao encontro de Tara para tentar que fiquem juntos. A talentosíssima médica, única que opera corações de bebês, atende velhos baleados e faz exames de sangue, se recusa a falar com o motoqueiro malvado. Ela diz que precisaria estar doida para andar com uma pessoa tão inconsequente e de características tão repulsivas. Em seguida, ela vai embora da cidade para trabalhar com o doutor Gregory House. Já Ope continua em sua árdua batalha de convencer a esposa de que voltar para os Sons vai ajudar nas finanças da casa. Entretanto ela continua irredutível e segue com sugestões mais conservadoras como fazer extra de Natal na Taco ou se inscrever no Pronatec. Já na casa do terceiro casal da série, Clay e Gemma, a porrada continua cantando solta. Clay estoura o crânio de Gemma na bancada da cozinha e liga para Unser para que crie uma nova cena do crime. O episódio termina com Unser e Clay explicando para os outros Sons que quem fez aquilo foi um negro em uma moto;
Capítulo 11: Com a história inventada sobre a morte de Gemma, os poucos Sons remanescente prometem vingar a morte da “mama” da gangue. Clay, Tig, Jax, Bob Elvis e Juice estão prontos para a guerra. Eles convocam Ope que continua afastado, além de mais quatro novos candidatos a Sons: Zeca Urubu, Pouca Tripa, Zé Colmeia e Cara de Sinteko. Fica implícito aqui que a reputação dos Sons na região caiu muito com os últimos eventos. A caminho do clube dos Niners, a moto de Jax fica sem gasolina, a de Elvis fura o pneu e a de Tig arrebenta a correia, eventos corriqueiros no mundo dos motoqueiros, mas que aparentemente nunca aconteceram no seriado original. O episódio termina com Clay esperando na musiquinha para ser atendido pela assistência 24 horas da seguradora deles;
Capítulo 12: Após uma revisão minuciosa em suas motos, os Sons finalmente saem para vingar a morte de Gemma. O encontro com os Niners é hostil. Os três novatos são os primeiros a morrer porque só levaram facas para um tiroteio (lamento muito se você não pescou essa referência clássica). Bob morre em seguida por ser um alvo, digamos, fácil. Ope toma a frente e também morre. Juice, com medo, sobe na moto e vai embora. Restam apenas Clay, Jax e Tig, todos os três encurralados atrás de uma lixeira. Clay então propõe um diálogo e estranhamente os Niners aceitam. Conversando separadamente com o líder dos Niner, Clay o convence a criar uma nova mentira para a morte da Gemma. A nova versão é que não foi um negro em uma moto, mas um chinês pintado de preto em uma moto. O episódio termina com os Sons sobreviventes parando em frente a uma pastelaria;
Capítulo 13: Sem avisar, Jax, Clay, Tig e Juicy invadem a pastelaria Mr.Wong, clube da gangue Lin Triad. A cena é um tiroteio digno de Tarantino. Balas, sangue, caldo de cana e pastel voando para todos os lados. Clientes se jogam no chão pedindo socorro. Sons se jogam atrás das mesas pedindo ajuda uns aos outros. Chineses se jogam no chão gritando para fechar o caixa e guardar os trocos. O resultado final é uma chacina. Cinco clientes mortos, oito chineses mortos e todos os Sons mortos. O episódio termina com ambulâncias e bombeiros chegando ao local;
Capítulo 14: Por falta de elenco, o último episódio da temporada é com o cara obeso do necrotério cremando os últimos Sons enquanto come Cheetos ao son de Lynyrd Skynyrd.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cretinice homeopática

Fernanda, conhecida como Fefê, era amiga de Jujuba, apelido mongol da Juliana, há anos. Se conheceram no ensino médio no Curso Miguel Couto. Fefê, a gostosinha, pegava todos os professores enquanto Jujuba, que era desprovida de design, digamos assim, servia de cúmplice.
A essência da amizade foi essa por anos. Fefê pegando geral, Jujuba sempre na seca dando apoio. Um dia, desconfortável com toda essa situação, Fefê resolve ajudar Jujuba.
- Amiga, vou te apresentar o amigo de um peguete meu para você sair com ele.
- Ai Fefê... Não sei...
- Ele é bonitnho! Olha foto de perfil dele.
- Nossa, ele é uma gracinha.
- Então, vamos marcar uma paradinha lá Bar do Azevedo e pam.
- Sei não, Fefê. Ele é muito bonitinho. Nem vai me dar trela.
- Relaxa, amiga. Ele pega geral. Todo facilzinho.
- Mesmo?
- Sim, vai por mim. Ele é todo errado e sem critério. Sai pegando qualquer merda na night.
Aparentemente, Jujuba continua na seca e Fefê sem amiga.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Amargura por extenso

O mundo real dos super-heróis
Cada vez mais filmes de super-heróis têm ocupado as telas e ganhado a atenção do grande público. Mesmo sendo originários de uma revista em quadrinhos, algumas pessoas com alto grau de incapacidade de se conviver em sociedade insiste em desgostar desses filmes por considerar que é muita mentira. Ironicamente, uma parcela dessas pessoas curte assistir filmes pornôs, a renegada arte que supostamente retrata com fidelidade a vida de vendedores de aspirador de pó e entregadores de pizza. Então, para satisfazer essas pessoas amargas, resolvi reescrever a história dos famosos super-heróis. Como eles seriam em um universo um pouco mais factível?
Mulher Gato: A já conhecida ladra Selina Kyle um dia resolve se aprimorar para se tornar cada vez mais eficiente em suas ações. Inspirada então em sua maior paixão, seus gatos, ela decide assumir seus hábitos e virar a Mulher Gato. Desde então, seus crimes reduziram drasticamente, já que passa 20 horas por dia dormindo e as demais horas arrumando um local para enterrar suas necessidades;
Wolverine: Vítima de um experimento do Projeto Arma X, Logan teve seu corpo alterado quando todos os seus ossos foram revestidos por adamantium, o metal mais resistente que se tem conhecimento. Ao final do experimento, Logan recobra sua consciência e descobre que está dentro de um tanque com vários tubos e fios ligados ao seu corpo. Desesperado com aquilo tudo e muito irritado, ele resolve se rebelar e fugir. Dois meses depois, ele ainda está no tanque porque não tem força suficiente para mexer um corpo tão pesado;
Robin: A vida do jovem Dick Grayson mudou repentinamente quando seus pais, integrantes de uma trupe circense, foram brutalmente assassinados pelo gangster Anthony Zucco. Desde então, com o codinome de Robin, o rapaz passa as noites nos sinais da Zona Norte do Rio de Janeiro fazendo malabarismo com limões em troca de moedinhas;
Homem de Ferro: O milionário e gênio das putarias tecnológicas, Tony Stark, resolve usar todos os seus potenciais para combater o crime. Seu plano é construir uma armadura poderosa capaz de enfrentar os mais diferentes adversários. Atualmente, a armadura está no depósito do DETRAN porque não passou na revisão de licenciamento e Tony teve a carteira detida pela Lei Seca;
Mulher Maravilha: Enviada para o mundo dos homens para propagar a paz, a princesa amazona da Ilha do Paraíso não teve a recepção que tanto esperava. Assim que chegou ao porto da Praça XV, com um micro-short e tomara que caia de deixar constrangida a Geisy Arruda, a princesa Temíscira foi alvo de várias cantadas e comentários libidinosos. Transtornada, ela esqueceu totalmente seu objetivo e hoje é membra efetiva do grupo Fêmen. Andando com o corpo seminu pintado de guache com frases como “Meu Corpo, Minhas Regras”, ela desperdiça seu tempo atrapalhando eventos de pouca importância em troca de visibilidade. Dizem por aí que a Maria Gadu já pegou;
Capitão América: O franzino Steve Rogers foi cobaia de uma experiência na Segunda Guerra Mundial recebendo o soro do super-soldado. Com o fim da guerra, ele foi congelado e, somente muitos anos depois, foi descongelado, quando ainda continuava sob efeito desse soro que o deixava mais forte, rápido e resistente. Bem, essa é a história que ele conta. Porém, já foi confirmado que é tudo mentira, inclusive que seu nome que na realidade é Vitor Belfort e o tal soro na verdade é doping;
Super-Homem: Quando o planeta Krypton estava prestes a explodir, os pais do bebê Kal-El escolheram por mandá-lo para outro planeta e assim salvar o que seria o único sobrevivente. Chegando ao planeta Terra, a criança foi encontrada por um casal de fazendeiros que escolheu por cria-lo. Dois dias depois o Conselho Tutelar ficou sabendo da história e recolheu a criança para um dos seus abrigos. Dez anos mais tarde, já crescido, ele foi encontrado enforcado em seu quarto com um lençol vermelho amarrado em seu pescoço. Ele se matou porque não aguentava mais as surras, abusos e ser debochado por usar a cueca por cima das calças;
O incrível Hulk: A vida do talentoso doutor Bruce Banner mudou quando ocorreu um acidente em seu laboratório. Uma grande quantidade de raios gama foi diretamente projetada sobre seu corpo mudando completamente a sua estrutura celular. Desde então, Bruce Banner desenvolveu um poder que só é desencadeado quando fica nervoso. Contudo, esse poder não é suficiente para combater o crime ou coisas do tipo. Tudo que lhe acontece quando está nervoso é ficar com a pele verde e muito brilhante, quase fluorescente. Assim, o máximo que ele consegue é atrair mariposas e outros insetos voadores. Fato que acaba o deixando mais zangado ainda;
Thor: O deus nórdico do trovão veio à Terra com a melhor das intenções, mas nunca conseguiu sair da sua forma civil. Caindo em um local diferente de seu martelo, o mjolnir, ele passou muito tempo à sua procura com a certeza que o encontraria, pois nenhum humano seria capaz de movê-lo. Contudo, não contava que seria roubado pela mesma gangue que roubou as vigas da Perimetral. Sem opções para voltar à Asgard, ele atualmente tira proveito do fato de ser um louro alto de olhos azuis e vive de pontas nos programas matinais e em ensaios para o site Ego e revista G Maganize. Este ano ele foi eleito o rei da Parada Gay de Florianópolis;
Zorro: Com intenção de proteger os pobres e fazer a lei se cumprir, Don Diego de la Veja adota o pseudônimo de Zorro, o herói mascarado que é um espadachim de altíssimo nível. Sua primeira missão foi contra um grupo que extorquia uma vila cobrando pesados e desonestos impostos. Ele sozinho enfrentou dezoito malfeitores. A ação durou menos de um minuto. Ele não contava que todos, ao invés de espadas, teriam armas e foi fuzilado. Levou tanto chumbo que teve de ser enterrado por lá mesmo de tão pesado que estava.
The Flash: O policial Barry Allen estava em mais um dos seus dias normais quando foi surpreendido ao ser atingido por um raio. E assim terminou a história;
Tempestade: A sacerdotisa Ororo Munroe foi convocada para o grupo chamado X-Men quando anunciou que possuía poderes sobre os fenômenos naturais até então incontroláveis como a chuva, vento, furacões, TPM e inflação. Sua participação durou pouco tempo, pois descobriram que ela era uma farsante ao não conseguir sequer fazer chover em São Paulo;
Surfista Prateado: Antes conhecido por Norrin Radd, um nobre do planeta Zenn-La, e depois convocado pelo devorador de mundos Galactus a ser seu arauto, o Surfista Prateado obviamente não existe;
Batman: Depois de ficar órfão de pai, mãe, tio, tia, primos, menos do mordomo, o herdeiro milionário Bruce Wayne passa a ocupar seu tempo explorando as cavernas existentes no subsolo de sua mansão. Convivendo com morcegos, ele resolve que este será o seu símbolo na luta contra os criminosos que lhe tiraram seus pais. Certa noite, o mordomo não o encontra em seu quarto. Desconfia então que ele colocou em prática seu plano e foi às ruas enfrentar bandidos com uma fantasia de borracha. Na manhã seguinte, o mordomo descobre que não foi isso que aconteceu. Seu patrão está em uma das cavernas, foi mordido por um morcego e morreu raiva;
Homem-Aranha: O jovem estudante Peter Parker está em mais um passeio da escola (porque se for da universidade, ele é um retardado) quando, no laboratório de experimentos, uma aranha radioativa escapa e acaba picando ele. Depois de alguns dias sofrendo com febre e dores principalmente no abdômen, Peter cogita que pode estar adquirindo poderes aracnídeos. De fato, isto é verdade. Contudo, ele foi picado por uma aranha fêmea e desde então passa o resto dos dias colocando ovas e tecendo sapatinhos cinza de teia;
Robocop: Após ser brutalmente assassinado por uma gangue, o honesto policial Alex Murphy é revivido na forma de um ciborgue pela corporação OCP. Agora ele é o braço mecânico da lei. Em sua primeira missão, ele entrará em um galpão (porque bandidos nunca ficam em apart-hotel ou vila) para enfrentar algumas dúzias de marginais armados. Por culpa de profissionais preguiçosos de TI, a primeira missão fracassa. Robocop, após entrar no galpão, trava todo os seus comandos para atualizar o sistema de antivírus e ainda depois reinicia o seu sistema, virando assim um alvo fácil;
Transformers: Após ter seu planeta Cybertron destruído, o líder do Autobots, Optimus Prime, vem ao planeta Terra para encontrar All Spark, cubo capaz de criar vida. Em sua chegada, tem dois pneus furados na rodovia Regis Bittencourt. Ao parar em uma borracharia, além de trocar os pneus, os funcionários dizem que ele tem de fazer alinhamento, balanceamento, cambagem, zouk, amortecedores, cardim, dentre outras gambiarras. Hoje faz dois meses que Optimus está parado na oficina esperando peças para seguir com sua missão;
Homem de gelo: No atual calor do Rio de Janeiro, ele permanece na constante forma de vapor.