quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Que sacanagem!

Assim como Mel Brooks tem respaldo para avacalhar com os judeus e o Chris Rock possui abertura para debochar dos costumes dos negros, eu tenho licença poética para falar de tatuagens, principalmente as escrotas. Grande estudioso do assunto, seja ele sobre tatuagens, seja ele sobre escrotidão, exibo em meu corpo algumas delas, dentre as quais duas se adequam no quesito escrotidão.
Uma das maneiras mais fáceis de obter sucesso (ou seria vergonha?) com o tema tatuagens escrotas está na ideia de homenagem. Tratando-se de futebol então, as chances de dar uma bola fora são enormes. Se for torcedor do Manchester City, aí nem se fala. Aparentemente, eles são campeões em fazer cagadas (bem, em alguma coisa precisavam ser campeões). Talvez o mais famoso seja um Simon Hart que tatuou um enorme Wayne Rooney nas suas costas com os dizeres “Lenda do City”. Com um enorme macho de braços abertos nas costas e a notícia (na época) que a lenda tinha renovado com seu maior rival (Manchester United), Simon protagonizou uma vergonha imensurável. Bem, na verdade, é possível medir, sim, a cagada do torcedor afobado. Afinal de contas, ele pagou a bagatela de 500 libras por esta façanha patética. Como disse, foram vários casos, inclusive o caso do torcedor que tatuou a taça da Liga dos Campeões dando o título ao time no ano em que acabou eliminado nas oitavas-de-final. Bem, o que esperar quando o próprio clube resolve aprontar com todos os torcedores mudando o próprio escudo? Menos pior que o próprio se prontificou a bancar as sessões de remoção das tatuagens com o escudo antigo.
Recentemente, coisa já desde ano, tivemos um novo episódio de cagada envolvendo tatuagens. Não, não foi com torcedor do City, muito menos sobre futebol. Foi com um brasileiro mesmo e envolvendo uma atriz pornô. Um jovem punheteiro brasileiro, Fernando alguma coisa, se empolgou com a frase “Vou homenagear fulana” e lascou uma tatuagem do rosto da atriz pornô Mia Khalifa na própria coxa. Com o intuito da sua estupidez chegar até a homenageada, o rapaz postou uma foto do feito na internet e marcou a danadinha. Deu certo. Bem, em partes. A imagem chegou até ela, mas a reação não foi a esperada. Mia, que pelos filmes topa tudo, não gostou do que viu e desceu um esporro toda puta (puta no sentido de zangada, longe de mim julgar essa bela profissão) no rapaz.
Se na minha cabeça (não literalmente) tatuar um jogador de futebol não faz o menor sentido, o que direi de uma atriz pornô? Aliás, vou mais a fundo (não na atriz, infelizmente), não entendo o conceito de conhecer as atrizes pelo nome. Longe de mim dizer que não são dignas disso. Apenas estou me baseando no fato que homem quando vai ver filme pornô só dá uma olhadinha no início e pula direto para o final para agilizar as coisas. Quando prestar a atenção em todo um filme de dezesseis minutos é algo impossível, imagine se atentar a créditos e acompanhar a “fodabiografia” da atriz. As coisas, de fato, estão diferentes do meu tempo. Naquela época, não recebíamos vídeo de putaria a cada cinco minutos em grupos de Whatsapp, até porque nem existia celular. Não existia computador para acessar site de sacanagem. Sim, a punheta já existia. A tarefa era complexa. Tinha de soltar uns gracejos, tipo por fora, com o coroa da banca de jornal para vender revista de sacanagem. Era uma coisa de dez páginas com algumas fotos, poucos closes e zero enredo para não corrermos o risco de nos distrairmos. Os poucos que conseguiam a façanha emprestavam para o resto da rapaziada menos afortunada. Afinal, ninguém quer viver cercado de amigos andando com balas na agulha o tempo todo. Uma vez ou outra, um novato dava aquela chamada “garoteada” e colavas as páginas das revistas comprometendo parte do material. Tirando isso, tudo corria dentro da normalidade da putaria compartilhada à moda antiga. A ansiedade era tamanha ao receber o material inspirador que sequer líamos a legenda das fotos ou dávamos atenção para a capa. Íamos direto para as páginas que nos interessava, homenageávamos (manualmente, sem agulhas e tintas) a gostosona em pelos e seguíamos com a troca arcaica de sacanagem entre amigos.
Voltando à malfada homenagem. A mocinha não somente esculhambou com o menino, como o fez por tópicos. Sim! Quem diria que uma tatuagem de um rosto na coxa faria uma atriz pornô escrever um post tão longo (até porque a especialidade delas é com outro tipo de coisa longa). Mia começou o post chamando o rapaz de idiota, para qualquer um, isso seria suficientemente claro para que ela registrasse seu ponto de vista em relação à homenagem. Contudo, como disse, ela foi adiante e fez barba, cabelo e bigode (ou boquete, boceta e cuzinho). Reclamou do alinhamento das sobrancelhas, odiou a arte do nariz, alegou que parecia mais velha, dentre outras coisas. Por fim, talvez na única parte sensata em toda essa história, ela desejou boa sorte ao rapaz quando tentasse explicar aquela tatuagem para alguém especial. Ora convenhamos que um rapaz que faz isso já deixa implícito que arrumar alguém não é o seu forte, não é mesmo? Aliás, a Mia pode até ter ficado irritada com a história, mas nada vai se comparar com a ira do tal Fernando quando descobrir que tem marmanjo batendo uma pensando na coxa dele.

Que sacanagem! é uma rapidinha semanal só para manter o interesse.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Que sacanagem!

Vocês devem ter visto a história que ocorreu nesta semana do técnico de futebol que foi dado como desaparecido provocando rebuliço na internet. Provavelmente viram também que o cidadão foi encontrado em um motel no meio de uma pelada, literalmente assim espero. Ou então sofrendo um revés durante a pelada tomando de quatro, dependendo da opção sexual dele que, aliás, não nos diz respeito. Não se sabe ao certo como encontraram o profissional das bolas. E não digo do estado, se estava pelado, em plena ação, dormindo ou refletindo se valia mesmo a pena pagar quinze reais em um saquinho de amendoim do frigobar. Estou me referindo aos meios mesmo, talvez o telefone tocou insistentemente até que ele atendesse, encontraram o arisco técnico pelo carro estacionado nas instalações da arena fodal, ou alguém muito íntimo o localizou pelo cheiro. O fato é que em um motel reside um código de conduta implícito que as pessoas parecem não respeitar. Já notaram que não existe em motel plaquinha de não perturbe na porta? Pois é! Isso porque é óbvio que ninguém quer ser importunado naquele local. Tanto que pedidos de comidas e bebidas são deixados em uma antessala quase que em um esquema de presídio de bacana.
O que importa na história do técnico que estava escondido no meio de alguém é que, mais uma vez, a humanidade se intrometeu em um dos lugares mais sagrados da civilização moderna. Obviamente que existem casos drásticos que devem ser tratados como exceção. Um deles é o do falecido marido da atriz, cantora, musa e Paquita Susana Vieira. O garotão arrastou uma donzela (não a esposa, mas a amante no caso) para um motel e enfiou o nariz onde não devia. Duas vezes! A primeira vez na donzela e a segunda em uma generosa carreira de cocaína que o fez bater as botas por lá, mesmo estando descalço vestindo apenas uma sunga branca. Numa situação como essa, a impenetrabilidade do quarto de um motel, que diferentemente não se aplica a quem o frequenta, precisa ser rompida. Afinal, o homem já estava durinho quando chegaram. Digo, quando eles, a polícia e os bombeiros, chegaram, o pulador de cerca estava todo duro. No sentido de eles, o marido intrépido e a donzela, apenas uma parte estava dura quando chegaram.
Casos de infidelidade são os mais delicados. Alguns cônjuges, tomados pela ira de terem sido traídos, descumprem o trato internacional contra violação dos quartos de motel e invadem abruptamente o recinto para flagrar os fornicadores infiéis. Segundo vovó, isso é muito arriscado. Trata-se de uma combinação perigosa. O susto de ser surpreendido somado ao vento da porta aberta pode resultar no casal ficar preso naquela posição para sempre.
Não se tem conhecimento de um método adequado para se portar quando pretende flagrar seu cônjuge no motel com outra pessoa. Diversos estudos de casos se mostraram falhos em algum artifício pelo menos. Um caso que me recordo é o do marido que, desconfiado da esposa, decidiu seguir a moçoila. Ela tinha dito que iria ao salão fazer as unhas, mas, na verdade, estava com um amigo do casal no motel. Respeitando o código do “não entrarás, feladaputa”, o marido esperou no estacionamento. Talvez aqui ele tenha cometido um óbvio equívoco, pois deu tempo do par fura-olho desenvolver os trabalhos com calma. Quando finalmente saía do motel, a dupla foi surpreendida pelo marido furioso que sentou o cacete no falso amigo, não da mesma maneira que o fura-olho fez com a esposa. Sei apenas que foi uma baixaria sem fim. O marido irado quebrando tudo, o amante bem calminho (sabemos bem o porquê) e a esposa aos prantos que, para piorar a cena, estava com as unhas por fazer.
Voltando ao professor, como os técnicos costumam ser chamados pelos seus atletas, inclusive pelos que não o respeitam, ele não estava em impedimento. Sua situação era legal (não usei o termo posição porque ficaria dúbio mediante a história). Fico na torcida que ele não precise, em ocasiões futuras, avisar ao seu contratante quando for bater uma bolinha em território profano discreto. Como disse, isso é da conta dele, até ficarmos sem assunto por aqui, obviamente.

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