sábado, 5 de julho de 2014

Plantão da Copa



 “Interrompemos a folga na Copa do Mundo porque sabemos que estão perdidos sem ter o que fazer e nem irão se incomodar.”
Provavelmente repararam que antes do início de cada partida, logo após a execução dos hinos de cada time, os capitães se cumprimentam e trocam um singelo brinde: uma flâmula com o escudo da federação que defende. Isso é uma tradição antiga no futebol, mas que ainda assim podia ser quebrada para ficar mais interessante. Vamos imaginar que no lugar da flâmula, cada capitão deveria entregar alguma coisa simbólica sobre o seu respectivo país, como um presente quando vamos pela primeira vez à casa de alguém. Após algumas simulações feitas com computadores sofisticados que utilizam algoritmos cheios de preconceitos chegamos aos seguintes resultados:
Grupo A: México entregaria uma garrafa de tequila, Brasil retribuiria com uma garrafa de cachaça, Croácia levaria vaso de violetas comprados na floricultura da esquina e passaria despercebido porque ninguém conhece coisa alguma da cultura de lá. Camarões, que chegou atrasado sem a menor vontade de ir, apareceria de mãos abanando, mas, sem graça, elogiaria cada item da decoração da casa.
Grupo B: Austrália levaria um coala, Chile levaria uma lhama, Holanda levaria uma tradicional vaca holandesa e a Espanha devolveria sete prostitutas brasileiras que lá viviam ilegalmente.
Grupo C: Colômbia levaria belíssimas torcedoras, Costa do Marfim apresentaria a elas um voluptuoso negão afrorola causando um alvoroço. Constrangidos com a cena, o japoneses se limitariam a presentear com louças finas de cerâmica. Empolgados com a cena, os gregos comemorariam quebrando a louça no chão.
Grupo D: Uruguai entregaria um belo churrasco de costela de boi que seria retribuído pelos italianos com uma espetacular macarronada. Ao fundo, os ingleses esconderiam um sem-graça Yorkshire Pudding. Depois, os uruguaios entregariam uma bandeira deles que simboliza os vários belos e ensolarados dias do ano, os italianos entregariam um jarro cheio de rolhas de cortiça que simbolizaria os alegres dias regados a vinho, já os ingleses entregariam um encharcado sobretudo representando os 365 dias do ano com chuva. Por fim, a Costa Rica entregaria um cartão com a mensagem “Boa sorte na próxima Copa!”.
Grupo E: A Suíça traria deliciosos queijos suíços, a França saborosos vinhos Bordeux e o Equador uma ganhadora do Miss Universo. Já o capitão de Honduras comeria o queijo, beberia o vinho, perturbaria a paciência da Miss Universo e pediria asilo como médico cubano.
Grupo F: O Irã apareceria com uma bomba nuclear, a Bósnia-Herzegovina levaria um enferrujado míssil da antiga URSS, a Argentina entregaria uma bomba calórica conhecida como caixa com 24 unidades de Alfajor Havana. A Nigéria não apareceria, pois perdeu a hora depois de sete dias seguidos de caipirinha e Viagra na boate La Cicciolina.
Grupo G: A Alemanha prometeu não iniciar a Terceira Guerra Mundial, os Estados Unidos prometeu não participar de uma Terceira Guerra Mundial, os portugueses, querendo parecer superiores, prometeram não criar uma Quarta Guerra Mundial, mesmo não tendo ocorrido a terceira ainda, e Gana está até agora com a Nigéria no inferninho de Copacabana.
Grupo H: Bélgica levou um tonel de uma caprichada cerveja belga. Os russos beberam em um gole só, agradeceram pelo refresco de cevada e retribuíram com Vodka altamente inflamável, uma bebida típica para iniciar o dia de maneira cautelosa. A Coreia do Sul pediu ajuda à Rússia para interceder com os vizinhos de cima deles que são muito desordeiros. Por fim, a Argélia pagaria a todos um almoço no Hárabe de Botafogo com o dinheiro que ganhou vendendo suas lojas da Rua da Alfândega para a máfia chinesa.
Ainda assim, alguns confrontos que não aconteceram foram comemorados por alguns países, como é o caso do Uruguai, que não ganharia em troca do seu churrasco de costela um tenebroso churrasco da Grécia caso a enfrentasse. Ou o Irã, que suspeitava não gostar muito do que possivelmente receberia dos Estados Unidos. Já outros confrontos que não ocorreram foram lamentados. A Itália queria enfrentar o Brasil, não por vingança pela final de 1994, mas na esperança de ganhar uns travestis. A Inglaterra achava que enfrentando a Argentina poderia receber as Ilhas Malvinas de brinde, assim como a Rússia esperava algo parecido da Bósnia e Croácia. E, quase inocentemente, o Brasil lamentou não enfrentar a Bélgica, pois gostaria muito de retribuir a obscena caixa de chocolates Lindt e Godiva por uma sortida caixa de bombons Garoto.