“Interrompemos
a folga na Copa do Mundo porque sabemos que estão perdidos sem ter o que fazer
e nem irão se incomodar.”
Provavelmente
repararam que antes do início de cada partida, logo após a execução dos hinos
de cada time, os capitães se cumprimentam e trocam um singelo brinde: uma
flâmula com o escudo da federação que defende. Isso é uma tradição antiga no
futebol, mas que ainda assim podia ser quebrada para ficar mais interessante.
Vamos imaginar que no lugar da flâmula, cada capitão deveria entregar alguma
coisa simbólica sobre o seu respectivo país, como um presente quando vamos pela
primeira vez à casa de alguém. Após algumas simulações feitas com computadores
sofisticados que utilizam algoritmos cheios de preconceitos chegamos aos seguintes
resultados:
Grupo
A: México entregaria uma garrafa de tequila, Brasil retribuiria com uma garrafa
de cachaça, Croácia levaria vaso de violetas comprados na floricultura da
esquina e passaria despercebido porque ninguém conhece coisa alguma da cultura
de lá. Camarões, que chegou atrasado sem a menor vontade de ir, apareceria de
mãos abanando, mas, sem graça, elogiaria cada item da decoração da casa.
Grupo
B: Austrália levaria um coala, Chile levaria uma lhama, Holanda levaria uma
tradicional vaca holandesa e a Espanha devolveria sete prostitutas brasileiras
que lá viviam ilegalmente.
Grupo
C: Colômbia levaria belíssimas torcedoras, Costa do Marfim apresentaria a elas
um voluptuoso negão afrorola causando um alvoroço. Constrangidos com a cena, o
japoneses se limitariam a presentear com louças finas de cerâmica. Empolgados
com a cena, os gregos comemorariam quebrando a louça no chão.
Grupo
D: Uruguai entregaria um belo churrasco de costela de boi que seria retribuído
pelos italianos com uma espetacular macarronada. Ao fundo, os ingleses esconderiam
um sem-graça Yorkshire Pudding.
Depois, os uruguaios entregariam uma bandeira deles que simboliza os vários
belos e ensolarados dias do ano, os italianos entregariam um jarro cheio de
rolhas de cortiça que simbolizaria os alegres dias regados a vinho, já os
ingleses entregariam um encharcado sobretudo representando os 365 dias do ano
com chuva. Por fim, a Costa Rica entregaria um cartão com a mensagem “Boa sorte
na próxima Copa!”.
Grupo
E: A Suíça traria deliciosos queijos suíços, a França saborosos vinhos Bordeux
e o Equador uma ganhadora do Miss Universo. Já o capitão de Honduras comeria o
queijo, beberia o vinho, perturbaria a paciência da Miss Universo e pediria
asilo como médico cubano.
Grupo
F: O Irã apareceria com uma bomba nuclear, a Bósnia-Herzegovina levaria um enferrujado
míssil da antiga URSS, a Argentina entregaria uma bomba calórica conhecida como
caixa com 24 unidades de Alfajor Havana. A Nigéria não apareceria, pois perdeu
a hora depois de sete dias seguidos de caipirinha e Viagra na boate La
Cicciolina.
Grupo
G: A Alemanha prometeu não iniciar a Terceira Guerra Mundial, os Estados Unidos
prometeu não participar de uma Terceira Guerra Mundial, os portugueses,
querendo parecer superiores, prometeram não criar uma Quarta Guerra Mundial,
mesmo não tendo ocorrido a terceira ainda, e Gana está até agora com a Nigéria
no inferninho de Copacabana.
Grupo
H: Bélgica levou um tonel de uma caprichada cerveja belga. Os russos beberam em
um gole só, agradeceram pelo refresco de cevada e retribuíram com Vodka
altamente inflamável, uma bebida típica para iniciar o dia de maneira
cautelosa. A Coreia do Sul pediu ajuda à Rússia para interceder com os vizinhos
de cima deles que são muito desordeiros. Por fim, a Argélia pagaria a todos um
almoço no Hárabe de Botafogo com o dinheiro que ganhou vendendo suas lojas da
Rua da Alfândega para a máfia chinesa.
Ainda
assim, alguns confrontos que não aconteceram foram comemorados por alguns
países, como é o caso do Uruguai, que não ganharia em troca do seu churrasco de
costela um tenebroso churrasco da Grécia caso a enfrentasse. Ou o Irã, que
suspeitava não gostar muito do que possivelmente receberia dos Estados Unidos. Já
outros confrontos que não ocorreram foram lamentados. A Itália queria enfrentar
o Brasil, não por vingança pela final de 1994, mas na esperança de ganhar uns
travestis. A Inglaterra achava que enfrentando a Argentina poderia receber as
Ilhas Malvinas de brinde, assim como a Rússia esperava algo parecido da Bósnia
e Croácia. E, quase inocentemente, o Brasil lamentou não enfrentar a Bélgica,
pois gostaria muito de retribuir a obscena caixa de chocolates Lindt e Godiva
por uma sortida caixa de bombons Garoto.