“Interrompemos
seu momento de tédio na fila do Guanabara para trazer algo que nem a Rede Globo
sabe.”
Ontem,
o mundo ficou boquiaberto com a partida entre Holanda e Espanha. Era
indiscutível a quantidade de homens bonitos por grama pisada, contudo o placar
final que foi a grande notícia do segundo dia de Copa. Poucos esperavam uma
vitória da Holanda, quase ninguém imaginava uma goleada laranja sobre os
vermelhos, exceto minha tia Betinha que cravou 5 a 1 no bolão da família, mas
tudo porque seu neto sujou de papinha a tabela e ela leu Estônia ao invés de
Espanha.
Terminado
o massacre holandês, todos os noticiários perguntavam as mesmas coisas: “Qual o
segredo da Holanda?”, “Onde a Espanha errou?” e “Quantas brechas já foram
encontradas na organização da Copa pelo advogado do Fluminense na tentativa de
colocar o clube já na segunda fase?”. Duas dessas perguntas foram respondidas
até o início desta manhã, exceto a primeira. Mas nós temos o segredo e vamos
contar: O segredo da Holanda foi a preparação feita em típicas atividades de
turistas.
Resistência:
Os jogadores passaram o dia todo levando “caldos” nas praias do Rio de Janeiro.
Foram sucessivos tombos e quase afogamentos que deixaram os jogadores com
fôlego extra para correr toda a partida como se fossem garotos de 15 anos.
Velocidade:
O treino era simples, mas de alta complexidade, comer um queijo coalho na praia
antes que ele ficasse frio e borrachudo. No início, todos os atletas acharam
ser impossível completar tal façanha, muitos sequer conseguiam chegar à metade
e lá estava aquele pedaço esbranquiçado de látex queimado sujo de orégano. Contudo,
depois de inúmeras tentativas, eles descobriram a manha do carioca para
finalizar tal feito, comer fora da barraca, debaixo do sol, mastigando pouco e
com grandes goles de cerveja para ajudar a empurrar mais rápido.
Trabalho
em equipe: Após o dia na praia, os jogadores tiveram de se manter unidos para
conseguir chegar ao hotel. No percurso encararam adolescentes pedindo fotos,
autógrafos, camisas, que fizessem um filho neles etc. Foram abordados também por
trombadinhas tomando as mesmas coisas pedidas pelos adolescentes.
Ginga e
jogo de cintura: A tarefa desta atividade era permanecer no Bar Balcony, reduto
das putas autônomas de Copacabana, por mais de três horas e desviar das
abordagens nada discretas e agressivas das profissionais que ali frequentam.
Dizem
pelas ruas da cidade que a delegação de Portugal tentou imitar a preparação
holandesa, mas pelo que foi visto, é possível que não obtenham muito sucesso,
pois trocaram só um pouco as coisas.
Resistência:
Chegar ao hotel sem levar tombos ou se afogarem no calçadão de Copacabana.
Velocidade:
Comer o máximo de putas do Bar Balcony em três horas.
Trabalho
em equipe: Ficaram todos abraçados enquanto encaravam as ondas e quase houve um
afogamento coletivo.
Ginga e
jogo de cintura: Tentaram vender queijo coalho para adolescestes e
trombadinhas.
Vamos
ver no que vai dar.