Deixe-me explicar porque alguns dos
seus pedidos não são realizados. E acredite, é bem simples de se explicar.
Basta apenas fazer uma breve reprodução da sua última noite do ano.
Você chega à Praia de Copacabana por
volta de oito da noite com aquela flor Copo de Leite que comprou no Extra. Assim
que chega, começa a maratona de bebidas. Fica até dez horas falando sacanagem
com os amigos. Depois, começa a reclamar do calor, da vida, que está cheio, que
as pernas doem, que foi injusta a final do The Voice, que o Pedro Paulo não te
liga mais e que devia ter trazido mais biscoito Fofura. Por volta de onze da
noite, você está bêbada, assume que tem conta no Tinder, que aquela verruga que
nasceu perto da vagina há quinze dias agora purga um líquido estranho, que
votou na Dilma, que tira foto com cerveja importada, mas só bebe Itaipava, que todo
dia come quatro Paçoquitas de sobremesa e que traiu o Pedro Paulo por
criancice. O relógio finalmente marca meia noite, você fica vinte minutos vendo
uma queima de fogos que deveria formar alguns desenhos no céu, depois gasta
mais vinte minutos tirando fotos com amigos, estranhos, selfies e, por fim,
perde mais vinte minutos tentando postar as fotos no Facebook. Depois disso
tudo é que você se lembra da flor e resolve lançar a bendita no mar para fazer
um pedido. E como não bastasse ser a sua última prioridade, a flor está murcha,
pisoteada e parecendo um rabanete. Honestamente, você deveria agradecer por Iemanjá
não pedir por um raio em você quando levantasse o pau de selfie novamente.
Feliz 2015!