Neste plantão falaremos de como a organização do JMJ
distribuiu os peregrinos pela cidade. A principal preocupação era manter todos
da mesma nacionalidade em um único local e, de preferência, em locais que lhe
proporcionassem a sensação de estar em casa e serem bem recebidos.
- Os peregrinos norte-americanos ficaram satisfeitos com a
escolha da Barra da Tijuca. Disseram que as avenidas, condomínios e shoppings
remeteram demais a Miami. Confessaram não gostar nem um pouco da cafona réplica
da Estátua da Liberdade no shopping de nome cafona New York City Center, mas ao
mesmo tempo ficaram emocionados com o carinho e preocupação da organização ao
espalhar peregrinos ilegais de Porto Rico e Costa Rica pelo bairro;
- Os peregrinos japoneses também ficaram satisfeitos com a
possibilidade de ficar hospedados em um único vagão do Ramal Pavuna em horário
de pico. Aquele aperto, empurra-empurra e falta de espaço foi bastante
aconchegante para todos;
- Os peregrinos paraguaios agradeceram pelas cedidas
instalações do camelódromo da Uruguaiana, mas ao mesmo tempo disseram que a
escolha foi prejudicial, pois acabaram perdendo todos os eventos já que optaram
por ficar por lá vendendo cigarro contrabandeado;
- No momento da chegada dos peregrinos russo, houve protesto
no aeroporto com direito a confronto com a Polícia Militar. Ao se deparar com
tantas pessoas usando máscara de gás, a comitiva russa agradeceu à recepção,
mas disse que foi um pouco exagerado remeter a Chernobyl;
- Os peregrinos portugueses gostaram bastante de ficar em
São Cristóvão. Local histórico relacionado à própria cultura portuguesa, vários
imigrantes que lá moram há tanto tempo, comida típica e ruas com nomes de
grandes heróis portugueses. Só não entenderam o motivo das receptivas e
agradáveis mulheres que os receberam na Quinta da Boa Vista não terem bigode,
mas sim pênis;
- Os peregrinos ingleses são, de longe, os mais satisfeitos
com a calorosa recepção chuvosa, cinza e gelada. Vai entender;
- Os peregrinos franceses foram todos deslocados para o
Jardim de Alah, no bairro nobre da Lagoa. Lá, foram recebidos por Bruno Chateaubriand
com água benta Perrier e hóstias feitas pelo Alex Atala. Narcisa, que seria
também a outra pessoa responsável pela recepção, teve de ser retirada do local
por falta de decoro. Acharam um pouco excessivo por parte dela ficar gritando: “Ai
que pai-nosso! Ai que ave-maria! Ai que amém!”;
- O mais delicado foi com os peregrinos espanhóis. Como se
sabe, já tem algum tempo que diversos brasileiros são barrados na estrada da
Espanha por motivos subjetivos e/ou questionáveis. Por conta disso, criou-se a
tensão de que, como retaliação, seriam todos barrados aqui também. Mas a
organização mostrou-se bastante superior quanto a isso e os recebeu
impecavelmente, hospedando todos na Pavuna.
Voltaremos em breve. Logo após descobrirmos onde hospedaram
as peregrinas suecas.