Neste plantão entrevistaremos um dos homens por trás do Papa
Francisco. O homem responsável por dar suporte e estruturar os discursos e
pronunciamentos do pontífice.
Repórter: Qual foi o maior desafio até agora?
Entrevistado: Nosso maior desafio foi tentar bolar algo que
fosse de maior apelo ao povo brasileiro.
Repórter: Mesmo com todo carinho e aceitação quase que instantânea
de todos pelo Papa?
Entrevistado: Sim. Foi estabelecido que iríamos formalizar
um momento no qual o Papa abriria seu discurso com uma frase de uso geral e
assim tivesse um apelo maior.
Repórter: Fale mais.
Entrevistado: Recentemente o Paul McCartney fazendo seu
primeiro show em Belo Horizonte se informou a respeito e ao falar com o público
“Uai, trem bão” caiu nas graças de forma definitiva.
Repórter: Mas isso não pode ser uma faca de dois gumes?
Lembro quando o Bono Vox pela primeira vez no Brasil quis usar uma frase
modinha da época que era “Ah eu tô maluco”, acabou falando “Ah eu tô molusco” e
virou piada.
Entrevistado: Sim! Por isso fizemos uma longa pesquisa e preparação.
Queríamos algo que remetesse às mensagens da igreja e ao mesmo tempo tivesse o
mesmo impacto.
Repórter: E como foi?
Entrevistado: Nossa proposta foi que o Papa abrisse seu
discurso falando “SEM VIOLÊNCIA”. Mas, infelizmente, antes que conseguisse
pronunciar pela segunda vez a frase, um policial fardado subiu no palco,
borrifou spray de pimenta em seu rosto e, logo depois, um policial à paisana
deixou uma mochila cheia de coquetéis molotov ao seu lado.
Repórter: E como farão agora?
Entrevistado: Estamos em dúvidas entre duas abordagens que
terão maior apelo entre o povo carioca e menor possibilidade de dar errado. A
primeira seria o Papa abrindo o discurso falando “Seu motorista, abre a porta! Olha
o ponto!”. A segunda seria abrir o discurso com uma das mãos levantadas falando
“Pre-para!”.
Voltaremos em breve, assim que a lama de Guaratiba secar...
Ou nunca...